Retrospectiva 2016 – Editora JBC

jbcDiminuição e mudanças

Continuando a postagem de retrospectivas, hoje começaremos a falar sobre o ano das editoras. Haverá uma postagem para JBC, uma para NewPOP, uma para a Panini e uma para as Outras editoras. Iniciamos pela JBC para obedecer a ordem alfabética.

Depois de um 2015 com muitos lançamentos, a editora JBC diminuiu o ritmo em 2016 e suas publicações ficaram mais escassas. Segundo a empresa, isso foi resultado da crise econômica que abalou o mercado e fez a empresa repensar e trabalhar de forma diferente seus títulos, quase eliminando a periodicidade mensal e apostando alto em produtos para colecionadores. No fim, aparentemente o ano da empresa fechou bem melhor do que se poderia esperar. Segundo falas de Cassius Medauar em algumas entrevistas, 2016 não terminou de forma maravilhosa, mas terminou bem.

Vamos ver detalhadamente o ano da empresa.


1 – Periodicidade


Uma das bases da editora JBC era lançar tudo em periodicidade mensal. Assim, suas séries eram lançadas mês e a mês e acabavam logo, sendo imediatamente substituída por outra. Em 2015, a editora começou a experimentar novamente a periodicidade bimestral com Ultraman, Gangsta, Blade e Eden.

Em 2016, a periodicidade bimestral se tornou padrão. Várias séries tiveram sua periodicidade alterada do nada, alguns por estarem perto de se aproximar da publicação japonesa, outros provavelmente para se adequar ao momento que a empresa passava. Na época, vários títulos anunciados que deveriam sair em 2016 acabaram adiados para 2017.

No todo, apesar de a mudança desagradar algumas pessoas, especialmente alguns fãs de To love Ru e Zetman, a mudança acabou sendo positiva e tem se tornado melhor acompanhar os mangás da editora.


2 – Mudança de distribuição


Já comentamos em outra postagem. Todos os títulos da JBC tornaram-se de distribuição nacional, abolindo a distribuição setorizada. Confira mais sobre clicando aqui.


3 – Mangakás


Novamente em parceria com a CCXP, a editora trouxe um mangaká para o país. O convidado dessa vez foi Tsutomu Nihei, autor de Knights of Sidonia e Blame! Ele deu palestras e distribuiu autógrafos para os fãs que foram ao evento.


4 – Pesquisa 


Durante  o ano, a editora realizou uma pesquisa para escolher um título a ser relançado. Concorreram Cowboy Bebop, Angelic Layer, Fruits Basket, Shamang King, A princesa e o cavaleiro e Inu-Yasha. O vencedor foi o mangá de Rumiko Takahashi. O título será lançado em 2017.


5 – Limitações e reclamações


Em 2016 a editora continuou a lançar alguns mangás em papel offset bem fino, resultando em reclamação de transparência excessiva em alguns mangás como Knights of Sidonia e Fullmetal Alchemist. Entretanto, nem todo mundo se incomodou e a reclamação focou-se mais na questão do preço e na comparação com os mangás da concorrência, considerados mais justos segundo uma parcela do público.

Outra grande limitação da editora durante o ano foi a não publicação de Akira mais uma vez. A empresa chegou a prometer que sairia ainda em 2016, mas no fim as aprovações foram bem mais demoradas do que a editora previa… Agora a intenção da editora é lançar no primeiro semestre de 2017, se tudo der certo…


6. Produtos para colecionadores


O fim de 2016 marcou a publicação de alguns produtos realmente voltados para colecionadores exigentes. Mangá com sobrecapa? Tivemos. Mangá com capa dura? Tivemos. Artbook? Tivemos. A JBC lançou três coisas raras ou inéditas no mercado brasileiro de mangás. Pela primeira vez tivemos um artbook no Brasil (CdZ – The Lost Canvas), pela primeira vez tivemos um mangá em capa dura (Cavaleiros do Zodíaco – Kanzenban) e, depois de muito tempo, mais uma vez voltamos a ter mangás com sobrecapa, com Blame! e The Ghost In The Shell.

Embora o preço tenha assustado muita gente, as edições têm agrado bastante as pessoas e não falta gente torcendo para que o formato de Blame! (que, além de sobrecapa, possui papel Lux Cream) torne-se padrão e que a artbook faça sucesso para a editora trazer mais (e também, com isso, mostrar às suas concorrentes que esse produto é lucrativo).


7 – Títulos lançados em 2016


Ao todo, a editora lançou 14 obras em 2016. Vejam abaixo quais:

-Rurouni Kenshin: versão do autor
-Blood Blockade Battlefront
-Knights Of Sidonia
-UQ Holder!
-Anohana
-Fullmetal Alchemist
-Henshin Mangá #02 (mangá nacional)
-My Hero Academia
-Saintia Shô
-Nijigahara Holograph
-The Ghost In The Shell
-Cavaleiros do Zodíaco – Kanzenban
-Artbook – Cavaleiros do Zodíaco The Lost Canvas Ilustrações (artbook)
-Blame!

8 – Títulos concluídos em 2016


-Rurouni Kenshin: versão do autor
-Orange
-Hellsing
-Yu Yu Hakusho
-Bullet Armors
-Parasyte
-Anohana
-Cavaleiros do Zodíaco – The Lost Canvas Gaiden
-Eden

9 – Títulos licenciados


-Akira: 0 de 06
-Dragon’s Dogma Progress:  0 de 02
-Fort of Apocalypse: 0 de 10
-Inu-yasha: 0 de 56
-Nigeru Otoko: 0 de 01
-Sakura Wars: 0 de 09
-Samurai 7: 0 de 02

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BBM

26 Comments

  • Dos 14 títulos lançados pela JBC nesse ano,eu comprei apenas 5,são eles:BBB,UQ Holder,Anohana,Fullmetal e My Hero Academia,mas ainda pretendo adquirir Saintia Sho,que tinha esgotado na loja que costumo comprar alguns mangas,Rurouni Kenshin:versão do autor e Nijigahara Holograph.Os outros títulos não me agradam ou eu os considero acima do meu limite de orçamento no momento.

  • Foi um ano mais tranquilo em termos de lançamentos pra JBC se compararmos a loucura que foi em 2015. Meu problema foi que comecei mais séries do que finalizei, então a mudança na periodicidade foi essencial para mim nesse ponto.

    Ainda estou esperando minhas edições de luxo chegar para poder ver em mãos como ficou o trabalho da JBC, mas pelo que já vi em vídeos e o pessoal comentando, ficou muito bom (com exceção de Nijigahara que vi reclamando do papel) então estou bem ansioso para tê-los em mãos. No mais, torcendo muito para que Akira seja realmente lançado agora no primeiro semestre de 2017 e que venha numa qualidade parecida com a edição gringa.

  • Nesse ano achei legal finalizar YuYu Hakusho, que substitui por Fullmetal Alchemist.
    Eden foi um belo lançamento também.

    E achei uma pena o formato de BBB, história legal mas papel jornal. O contrário de Hellsing, papel offset mas ruim demais.

  • Keiko-chan

    Queria comentar isso do jeito certo. O preço está sim elevado, mas os títulos que a JBC está lançando na minha opinião são de ótima qualidade.
    Fullmetal Alchemist é o que mais me agradou nessa lista.

    Outra coisa que queria considerar também é Ghost in the Shell, antes eu achava caro, mas vendo a qualidade do material que está nas suas mãos, você muda de ideia. Não digo só físico, por causa do papel, da sobre capa e tals, mas principalmente da história.
    O autor faz umas anotações de rodapé muito loucas, tem vezes que você pega para ler 4 notas nas páginas, explicando o universo, a biologia do corpo, de religião, armas e política, fora as indicações de livros que ele dá. E a história em si é muito palpável e profunda.
    Foi uma surpresa.
    Espero que Akira venha estrondando também, porque deve ser do mesmo nível de GITS.

  • TDA

    Excelente análise Kyon, da JBC só espero que ela mantenha o padrão de Blame! para outras publicações e que realmente lancem Akira até junho. Já estou preparando o bolso pois vai vir uns 80 dinheiros esse troço.
    Torço bastante que esses mangás “para colecionadores” vendam bem e a editora possa pegar outros títulos que tenho muita vontade de ter, como Nausicaä e Hokuto no Ken. Não custa sonhar com uma ultimate edition não é…

    • João Vitor

      Acredito que quanto a Akira, ele virá mais ou menos com o mesmo preço que as edições de luxo lançadas neste mês, sendo estas: CDZ, GITS e Artbook do The Lost Canvas.

      Você pode encontrar por um preço até considerável nas lojas especializadas e livrarias. A FNAC deu o melhor desconto na edição de luxo de CDZ, de acordo com as minhas pesquisas.

      • TDA

        Se vier na mesma faixa de preço desses títulos, menos mal. Mas quando vira o ano tudo tem aumento e isso acaba impactando em toda a cadeia. Além disso tem que ver se eles irão incluir outras coisa que encarecem o mangá, tipo capa dura, ou quantidade de páginas muito maior, etc…
        Não me lembro do preço da FNAC mas a Amazon fez uma promoção relâmpago semana passada do CDZ por 35,00 pilas e acabou em questão de minutos rsrs.

        • João Vitor

          É verdade, a Amazon fez uma ótima promoção, que nesse caso, a pessoa tem que ser rápida no gatilho, ou melhor, no clique para comprar. kkkkkk

          Como eu tenho certo receio de ficar sem por falta de estoque, ou por comprar pelo preço de capa que é um pouco salgado para mim já que compro muitos mangás por mês. Eu comprei por R$: 40,00 na pré-venda, mas agora já estão fazendo por R$: 38,00.

          Eu só espero que não aumentem tanto porque vai ser dificil manter todos meus titulos que compro. kkkkk

        • João Vitor

          Dependendo de sua localidade, infelizmente, sim.

          Eu compro na Fnac e retiro na loja física, porque em meu caso o frete é absurdo. Mas faça uma simulação para saber se é viável para você.

          Pesquise também na Saraiva, pois mesmo que o preço não seja tão bom da pré-venda, o total pode sair mais em conta.

        • Keiko-chan

          Valeu pela dica! Vou analisar com cuidado. Sabe a Estante Virtual? Eu gosto de comprar HQ’s e coisas por lá, encontrei uma HQ que eu queria lá por 9 ou 10 reais, não lembro, em boas condições. A cidade do sebo era meio que perto da minha…O frete é 9 reais. Parece pouco, mas para uma HQ usada não é tão supimpa não de se comprar.

  • Eu achei que teve mudanças positivas e negativas, a única coisa que me incomodou mesmo foi a questão do papel e do valor que alguns produtos ficaram sendo que não compensava tanto pro bolso do consumidor. Mas ainda assim a editora acertou em bastante coisa, principalmente na distribuição nacional.
    https://somaisumaleatorio.wordpress.com/

  • Fabio Rattis

    pessoal reclama de mais dos papeis, pelo amor de deus, pessoal parece sommelier de papel. CARACA :O gostei muito do FMA e do SIDONIA.

    • TDA

      Pessoal reclama de tudo, não tem jeito rsrs Mas tem alguns casos que a JBC deu mancada, por exemplo, eu adquiri o Nijigahara Holograph pois é uma ótima obra do Asano e por pensar que sendo um volume único a editora iria dar um tratamento um pouco melhor… mero engano. É o mesmo papel transparente e em alguns momentos me senti incomodado/frustrado por isso. Cheguei até a cogitar a não compra do Blame!, mas confiei nas análises que vi por aí e foi ótimo, realmente um mangá semelhante aos japoneses.
      Houveram outros casos que o papel não atrapalhou muito, como Blade e Eden. Acho que varia de pessoa para pessoa.

      • Gabriele

        Estranho, o meu Nijigahara Holograph está com o papel no mesmo nível de transparência que Ajin, mas só vi o pessoal reclamando do primeiro.
        Sinceramente, isso é uma frescura sem tamanho, e não, Nijigahara não ficou transparente, muito menos ao ponto de incomodar.

        • João Vitor

          O fato, Gabriele é que tudo que tem JBC como editora o pessoal vai tentar reclamar, mesmo não tendo o que reclamar.

    • Keiko-chan

      Eu acho que eles veem o papel como elemento muito importante, porque para os colecionadores mais fortes a conservação é tudo. Por isso, talvez, eles implicam bastante com essa questão.

      • Fabio Rattis

        Não da pra JBC ficar olhando para uma parcela pequena de “FÃs”. porq tem mais gente né, kkkkk se sidonia custasse 25 conto o VOL. FMA 25 reais, eu certamente nao compraria. kkkkk

  • João Vitor

    Kyon, é possível prever quem em 2017 a JBC lançará mais títulos ou continuará com a mesma média de mangás lançados atualmente por mês?

    É possível que ocorra algo parecido com o que ocorreu com a Conrad, ou seria muito exagerado pensar assim?

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