Retrospectiva 2015 – Editora JBC

lucifer jbcAltos e baixos da editora durante o ano

A JBC completou 20 anos em 2015 e ela comemorou essa data de uma forma um tanto quanto inusitada – e boa – lançando mais de 30 títulos durante o ano, um recorde em se tratando do mercado brasileiro de mangás. Foram títulos de sucesso inquestionável como Nanatsu no Taizai e Terra Formars, shoujos impactantes e uma infinidade de outros títulos coroada pelo anúncio improvável de Akira e Ghost in the shell.

Fora isso, teve selo novo, novo formato, prêmio de melhor editora, mangakás no Brasil e transparência em todos os sentidos possíveis. Vamos ver agora os altos e baixos da editora JBC durante o ano.


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I – Troféu HQ Mix

A editora JBC foi eleita – ao lado da Veneta – como a melhor editora de quadrinhos do ano de 2014 pelo troféu HQ Mix. Ele é o principal prêmio dos quadrinhos no Brasil e os votantes são todos profissionais da área e que souberam reconhecer o mérito da JBC em 2014.

Independente de se questionar a validade desse prêmio (o HQmix sempre foi muito questionado) me parece um prêmio justo por 2014, pois foi um ano de destaque da editora, mais destaque do que em 2015 a nosso ver. Então foi um prêmio merecido mesmo que os fãs de Magi e os adoradores dos honoríficos-sama não achem isso…


Ink comicsII – Selo Ink Comics e Marcelo del Greco

Marcelo del Greco – que durante anos foi o editor da JBC – desligou-se em 2012 e foi para a Nova Sampa onde ficou até o início de 2015. A JBC chamou Del Greco de volta para ele comandar uma nova linha de mangás da editora, por meio do selo Ink Comics.

O Ink Comics fora criado em 2014 como o selo de quadrinhos nacionais da editora, por onde sairiam o Henshin Mangá, Combo Rangers e outras obras brasileiras, mas para 2015 essa proposta foi parcialmente abolida com a ampliação desse selo para obras de outros países…

Hoje não se sabe muito bem essa nova função do selo, principalmente porque os mangás lançados por ele facilmente sairiam pela JBC “normal”, mas a editora sempre diz que é um selo experimental. Por ora, a única coisa que sabemos é que os títulos que saíram só poderiam ser publicados pela JBC “normal” daqui a algum tempo e o selo Ink serviu para antecipar esse lançamento…Quem sabe em 2016 as dúvidas não cessem?


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III – Formato BIG

Talvez a melhor inovação da JBC no ano foi o Formato Big. A ideia do formato é trazer os mangás juntando dois volumes em um só. Os títulos escolhidos para o novo formato foram Eden e Blade, dois títulos lançados por aqui no passado e cancelados por Panini e Conrad, respectivamente.

Ambos foram destinados exclusivamente para livrarias e lojas especializadas e o preço não agradou nem um pouco as pessoas. De todo modo, esse formato deveria ser adotado por outras editoras, como a Newpop que implementará o seu formato Max, ano que vem.


IV – Mangakás

A JBC trouxe dois mangakás para o Brasil em 2015: Nobuhiro Watsuki (autor de Rurouni Kenshin) e Hiro Kiyohara (desenhista de Another). Watsuki veio em julho para o Fest Comix e ele foi bem mais reservado, não se deixou ser fotografado e só deu autógrafos em um cartão especial feito exclusivamente para o evento. Além do Fest Comix, ele deu uma palestra em São Paulo e outra no Rio de Janeiro.

Por sua vez, Hiro Kiyohara foi bem mais “visível”, tirou fotos, deu autógrafos nos mangás e tudo mais. Ele veio ao país em dezembro para a CCXP. Será que teremos mais mangakás em 2016?


V – Papel Jornal e papel offset

Na metade do ano, a JBC viveu o que ela apelidou de “crise do papel”. Com o aumento do dólar o fornecedor deixou de importar o papel jornal que a empresa utilizava e que era muito elogiado pelos consumidores, necessitando de uma troca abrupta. O resultado foi uma enxurrada de reclamações de que a editora teria diminuído a qualidade dos títulos para poupar custos.

A questão é que essa “crise” parece ter acontecido de verdade, pois atingiu também a Panini e as duas editoras tiveram que procurar outros fornecedores. A JBC acabou por manter apenas os títulos antigos em papel jornal e quase todos os novos lançamentos foram publicados em papel offset, com exceção dos títulos do selo Ink.

O que era para ser uma alegria, mostrou-se algo não tão bom assim. Por mais que exista um papel jornal que pareça melhor do que o outro, e elogiemos esse ou aquele mangá, a verdade é que o papel jornal é bem insignificante e o mínimo (mínimo mesmo) que um mangá deveria ter é o offset .

Porém o offset utilizado pela JBC decepcionou em vários títulos, com um nível de transparência muito alto e incômodo. Gangsta foi o que mais sofreu, mas outros títulos como Orange e Ultraman também tiveram o mesmo problema.

Já títulos como Terra Formars não tiveram nenhum problema, mas o que marcou foram os com páginas transparentes e fez a editora perder muitos pontos com os consumidores de modo geral. Foi algo ruim e inesperado e muito irritante. E não há como saber o que acontecerá em 2016. Torcemos para que a editora mude a sua postura urgentemente e utilize offset em maior gramatura, mesmo que isso signifique um aumento maior nos preços dos mangás.


Orange 01

 VI – Títulos lançados

A editora JBC lançou 32 títulos em 2015. Divididos da seguinte forma :

4 mangás pelo selo ink:  Kill la kill, Bullet Armors, Savanna game e To love-Ru.  4 Relançamentos próprios:  Chobits, Hellsing, All You Need Is Kill e A sakabatou de Yahiko. 2 Relançamentos de outras editoras:  Eden e Blade. 1 novel:  Another; 6 shoujos:  Limit, Vitamin, Orange, Wish, Sailor Moon Short Stories e Sailor V. 1 mangá histórico:  Zero eterno.

Outros 14 títulos independentes:  O outro cão que guardas as estrelas, Ageha, Love in the hell, Zetsuen no tempest, Feridas, The seven deadly Sins, Enigma, Steins; gate, Zetman, Terra formars, Parasyte, Ultraman, Gangsta, O cão de caça e outras histórias.


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VII – Títulos concluídos

Em 2015, a editora concluiu 9 títulos que começaram a ser publicados em anos anteriores, são eles: All you need is kill, Lúcifer e o martelo, Sailor Moon, Soul eater Not!, Rurouni Kenshin, After school of the earth, Super onze, Green Blood, Love Hina.

Além disso, a editora concluiu 19 dos 32 títulos que começaram o seu lançamento ainda em 2015. Feridas, Love in the hell, Ageha, SS Short Stories, Steins gate, Wish, Zero eterno, Kill la Kill, O outro cão que guarda as estrelas, Sailor V, A sakabatou de Yahiko, Enigma, Vitamin, Chobits, Limit, All You Need is Kill (especial), O cão de caça e outras histórias, Zetsuen no tempest, e Another (novel).


VIII – Títulos em hiato

Durante o ano, o único mangá a encostar na publicação japonesa foi Btooom! Além dele, a editora publicou os novos volumes dos seguintes mangás que também se encontram em pé de igualmente com o oriente: Lost Canvas Gainden ( 11, 12 e 13), Freezing (25,26 e 27), Fairy tail (46, 47, 48, 49, 50) e Blue Exorcist (14 e 15).


IX – Títulos em publicação

Além dos títulos citados nos itens acima, a editora JBC publicou em 2015 volumes dos mangás Yuyu Hakusho e Magi, que foram os únicos títulos lançados antes de 2015 e que ainda não foram concluídos.


X – Títulos anunciados

Estão anunciados para 2016, os seguintes títulos:

Akira
Ghost In the Shell
Kekkai Sensen
Rurouni Kenshin: Tokuhitsuban


***

Essa foi a nossa retrospectiva da editora JBC. Aguardem que ainda falta da Panini e das editoras menores.

BIBLIOTECA BRASILEIRA DE MANGÁS.

7 Comments

  • alison

    De modo geral, a JBC foi muito boa nesse ano, mas pecou mesmo na questão do papel. Pra ser bem sincero, eu prefiro papel jornal do que um offset transparente.

  • Lucas E.

    Realmente, eu acho que nesses ultimos dois anos ela está arriscando (e muito) e isso é muito bom, mas por outro lado com os erros de tradução ( talvez por causa do grande volume de mangás que foram lançados) mais a famosa transparência dos ultimos meses… Ela ficou marcada. Mas acho que no balanço geral, deu muito bem… Gostei muito dos titulos e pode vir mais (contanto que olhe com carinho a qualidade de seus produtos.

  • Roses

    II – Selo Ink Comics e Marcelo del Greco
    Leia-se, por algum motivo precisamos ou queremos o MdG de volta. Mas ele não vai aceitar receber ordens do Medauar, o que faremos? Abre um selo e dá pro cara, ele se vira com aqueles lá, o Medauar se vira com esses daqui. E assim nasce o Ink.

  • Melhor editora desse ano! Eu acho que fui o único que não se importou com a transparência, até porque não comprei nem Orange, nem Gangsta, e nem mesmo Ultraman, Ink comics foi meio fraco, mas nada alarmante.

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