Como a Periodicidade molda e limita o mercado de mangás

periodicidadePequenos comentários de uma redatora convidada…

No Brasil, até pouco tempo atrás a forma mais comum de quadrinhos era a de revistinhas de quadrinhos (ou gibi). Quase tudo que se trazia ao Brasil acabava sendo adaptado para esse formatinho típico. Mangás não foram exceção.

Além da inversão do sentido de leitura e outros detalhes de adaptação, as revistinhas continham apenas um capítulo (às vezes meio) com pouquíssimas páginas, jeitinho bem modesto e preço bem camarada, como a primeira edição de “Akira”, “Dark Angels” e a edição de “Ranma ½ pela Animangá. Desde então a forma como tratamos e publicamos mangá mudou muito, mas algumas coisas ainda persistem. A principal delas, na humilde opinião desta redatora, é a periodicidade.

Mas será que já não passou da hora de uma “reforma” na periodicidade também? Por que o mercado brasileiro ainda trabalha quase que exclusivamente com publicações mensais e bimestrais?


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Vamos analisar o quadrinho brasileiro mais icônico, a “Turma da Mônica”. Todos os meses você vai encontrar um novo volume da “Magali”, por exemplo, com cerca de 70 páginas por menos de quatro reais. Convenhamos, qual o esforço necessário para uma pessoa comprar um volume deste todos os meses? Mesmo que você compre todos os “tipos”, o preço total não ultrapassa cinquenta reais.

Mas a “Turma da Mônica” tem mais uma característica muito importante, é episódico. Você não precisa comprar na ordem ou ter todos os volumes para que a história faça sentido. Um leitor pode muito bem passar seis meses sem comprar e retomar sem a menor consequência (fora não ter dado lucro ao Maurício de Souza).

Para a Mônica, a periodicidade mensal é perfeita. Adequa tanto o leitor mais casual, ao leitor mais assíduo; tanto aquele que tem renda limitada, quanto ao que tem uma piscina de dinheiro. Mas essa lógica funciona para os mangás?

Mangás, por mais “descartáveis” que sejam em sua maioria, não possuem um preço baixo — variam de 12 a 40 reais cada. Uma pessoa que se comprometa a comprar todos os títulos possíveis chega a gastar mais de 500 reais ao mês.

Para piorar a situação quase mangá algum é episódico, você precisa começar do 1 e ler na ordem para apreciar o produto não que seja absolutamente impossível de se começar da metade. O que significa que o leitor novo que pegou o bonde andando terá que arcar com um valor grande para conseguir passar a acompanhar a série e qualquer um que abandone por seis meses terá sérios problemas para retomar a coleção.

Nessa comparação simples, parece adequado que mangás sejam mensais ou bimestrais? Vamos analisar mais a fundo as consequências da periodicidade.


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Pressão financeira e estrangulamento do mercado

Atualmente comprar um mangá é como financiar um carro ou móvel nas Casas Bahia, todos os meses, religiosamente, você paga seu “boleto”. Não é preciso ser nenhum gênio para perceber que a menor instabilidade econômica imediatamente ameaça o pagamento dessas “parcelas”.

Tomando em conta a crise econômica no Brasil, essa instabilidade é mais que uma ameaça, é uma realidade. Quanto mais longo o mangá, maior a probabilidade que uma hora não vai dar mais para pagar.

Não podemos esquecer também que uma considerável parcela dos leitores são adolescentes que podem ter “cotas” de mangás que possam comprar por mês ou recebem mesadas de quantias fixas. O que obviamente reflete no poder de compra deles. Quanto maior essa pressão financeira, maior é a perda de leitores pelo simples fato de não conseguirem mais comprar.

Uma periodicidade mais longa, como trimestral ou semestral, permite, não só que haja “folgas” para aqueles que estão mais apertados, como também que os leitores com renda mais limitadas economizem com antecedência para comprar o produto.

Na realidade atual, essa faixa de consumidores que possuem renda limitada ou instável acaba não consumindo ou se atêm apenas às séries curtas. Por que esse indivíduo começaria a comprar “Bleach” se ele sabe que em alguns meses ele vai acabar não conseguindo acompanhar e abandonar a coleção? Que tipo de leitor conseguiu comprar “Death Note: Black Edition” mensalmente por 40 reais? Ter esse montante para gastar num livro é mesmo a realidade brasileira?

Essa forte pressão financeira também cria uma outra consequência, nada benéfica para as editoras: a cultura de ler do amigo, a compra de usados, a cultura de comprar a série completa com descontos e de “esperar” pelos descontos e eventos.

Do ponto de vista da empresa, ler do amigo e comprar usados não gera lucro algum. Comprar as séries com desconto também é péssimo, pois a empresa deixa de ganhar o dinheiro durante a publicação (que é quando ela está arcando com custos de licença, gráfica, funcionários) para ganhar menos com o que “sobrou” no futuro. Vale lembrar também, que a empresa ganha menos, não só pelos descontos, mas também pela desvalorização monetária do Real.

Mas é péssimo também para você, leitor! A diminuição gradual de leitores de uma série causa aumentos e correções de preços devido à diminuição também da tiragem. O que antes era dividido entre 60 mil unidades, por exemplo, terá que ser pago com a venda de 30 mil.

Outro perigo é o temido cancelamento, quanto menor o número de leitores assíduos, maior a probabilidade de a empresa jogar a toalha. Até porque é impossível a editora saber se quando um título for completado várias pessoas adquirirão o produto.

Diversidade de títulos

Você já deve ter ouvido várias vezes como “nos Estados Unidos têm muito mais obras licenciadas”, e todos vão te fazer acreditar que é só porque os americanos têm mais dinheiro e mais consumidores. Mas não é bem assim, vejamos alguns dados:

Entre fevereiro a julho de 2015 nos Estados Unidos foram publicados cerca de 60 títulos ao mês, incluindo relançamentos e todo tipo de versões (segundo dados do Anime News Network). No mesmo período foram lançados no Brasil cerca de 35 mangás ao mês, incluindo os brasileiros e relançamentos (segundo dados das Comix e checklists). Nesses valores estão excluídos os novels e guias.

Colocando em valores assim, não fica muito claro por que eles têm tanto mais que nós, afinal temos o equivalente a ~60% do mercado deles! A diferença toda está na variedade total de obras. O Brasil cada mês repetirá mais da metade dos títulos do mês anterior; sendo assim o total de 210 volumes lançados naqueles seis meses equivalem a menos de 90 obras diferentes. Sendo que dessas, cerca de uma dezena equivale a volumes únicos.

Nos Estados Unidos os mesmos seis meses tiveram aproximadamente 385 volumes lançados e, surpreenda-se, cerca de 255 séries diferentes. Há muitas repetições também devido aos volumes com mais de uma versão (um com capa dura e um com capa cartonada; com e sem brindes) e a grande quantidade de relançamento “omnibus” (aqueles encadernados que equivalem a 3 volumes num preço mais em conta). No período em questão foram por volta de 35 lançamentos no formato omnibus. Em obras longas, como “One Piece”, são lançadas a versão tankoubon e a omnibus ao mesmo tempo (similar à situação de “Naruto no Brasil).

Ou seja, embora tenhamos uma quantidade mensal de volumes à venda que equivale a ~60% do valor americano, em diversidade de obras (baseado naquele período) temos apenas o equivalente a ~35%.

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E qual o motivo dessa diferença toda? De todas essas 255 séries, nenhuma foi mensal. A periodicidade mais curta foi bimestral, reservada para mangás como “Gantz”, “Toriko”, “Fairy Tail”, etc. Mas a grandíssima maioria foi trimestral ou semestral/anual.

Veja você que o motivo do Brasil ter menos séries não está apenas relacionado ao número de leitores, mas à periodicidade padrão. Preste atenção que as editoras americanas fazem lançamentos mensais, mas não com as mesmas obras! Os diversos títulos são lançados alternadamente em ritmos trimestrais ou mais. O número de leitores e consumidores está mais envolvido com o número total de volumes e tipo de publicações do que com a variedade de obras.

É exatamente por isso que após ser licenciado no Brasil, após alguns anos, as editoras brasileiras acabam ultrapassando as publicações francesas e americanas ou acabam todos se encontrando no último volume disponível.

Presença do Nicho

Mas o que a periodicidade e diversidade influencia nos títulos de nicho?  Vamos brincar de faz de conta de novo: imagine um leitor que possa comprar 3 mangás aqui no Brasil e um mesmo indivíduo no EUA.

Nosso otaku brasileiro gosta de, supomos, shoujo e todo mês ele compra os 2 shoujos da JBC e alternadamente compra 2 da Panini. No total esse otaku consome 4 títulos. O que acontece se certo mês a NewPOP lançar um mangá shoujo que ele quer? Este otaku terá que escolher entre abandonar uma das coleções ou esperar a conclusão de uma para ir atrás do da NewPOP. Assumindo que ele decida esperar, do ponto de vista da NewPOP aquele mangá não parece ter leitores interessados, “shoujo não vende mesmo”, pode até passar na cabeça deles.

Nossa cópia gringa vive uma realidade diferente, como seus mangás saem trimestralmente ele pode colecionar 9 obras shoujos diferentes, com aquela mesma limitação de 3 ao mês. Se uma empresa X lançar mais um shoujo, é fácil para este leitor colecionar todas as 10. Basta sempre atrasar a compra e ir economizando aqui e ali. Este cara não precisa comprar o volume lançado este mês, como é trimestral ele pode comprar no próximo sem que isso o faça atrasar a coleção. Depois de um tempo tendo que ficar atrasando a compra e dando um jeitinho, alguns desses títulos irão ser concluídos e o leitor vai poder normalizar seu consumo e passar a consumir no exato mês de lançamento novamente.

O que isso significa? Que enquanto no Brasil o leitor é forçado a escolher quais ele vai comprar seguidamente por meses, às vezes anos, nos Estados Unidos é mais fácil de se colecionar todos ao mesmo tempo durante as janelas de lançamento.

Se já existe essa competição pela fidelidade do consumidor nos mangás mainstream, quando aquele nosso otaku vai poder comprar mangás de nicho ou simplesmente experimentar algo novo? Na configuração americana, talvez tenha um mês que só saia 1 mangá que você coleciona. Esse leitor pode então ou guardar para outros meses ou tentar algo novo.

Não ficou muito claro? Mais um exemplo idiota: Imagine que você só tem 2 horas livres todos os dias para assistir televisão. Você como noveleiro assumido gasta ambas assistindo as novelas da Globo. Quando esse noveleiro terá a chance de simplesmente navegar pelos canais e de deparar com “Once Upon a Time”? Em comparação, o viciado em seriado tem uma maior mobilidade, aquele dia sem episódio novo pode ser usado para conhecer novas séries facilmente e, em vez de aproveitar só as novelas, ele pode aproveitar 14 seriados totalmente diferentes.

Ou seja, quanto mais curta for a periodicidade, menor é a variedade de títulos disponível e menor ainda é a presença dos nichos, pois a competição pela atenção do consumidor é acirrada demais. Como pouquíssimos priorizam o nicho/underground ao mainstream; o nicho não vende, acaba ignorado e abandonado pelo mercado. Como é o caso dos shoujos, yaois, yuris e gekigás.

Menor presença de séries longas, epidemia de série curtas

Exatamente pela soma de todos os tópicos acima, séries longas sofrem muito mais. A curva de abandono fica muito acentuada pois, além daqueles que desistem de comprar por terem perdido interesse, há enorme número daqueles que não podem mais comprar ou passaram a buscar alternativas para ler a série.

O resultado disso é a epidemia das séries curtas, pois quanto mais curta a série, menor o risco. Se uma série curta não vende bem, é mais fácil dar um jeito e finalizá-la mesmo assim. Mas numa série longa é inviável que a editora passe meses ou anos com aquela obra entalada mensalmente.

De nada adianta que o volume 1 tenha vendido 80 mil se no volume 20 mal chega a 20 mil. A insegurança e desvantagens da periodicidade mensal acabam extinguindo a presença das séries longas, dando lugar às dezenas de séries curtas.

Fora que, as desvantagens do ritmo mensal são menos evidentes em séries curtas. É mais fácil para o leitor ter que parar de comprar e retomar uma série de 5 volumes do que uma de 80. É mais fácil de se comprometer a pagar por 5 meses seguidos do que por 8 anos.

Impedimento de Edições Especiais

Na verdade, a justificativa é a mesma do nicho. Se meu leitor está preso a comprar os mesmos mangás mensalmente por 8 anos, quando ele terá tempo para economizar e comprar uma versão de luxo? Ainda mais quando as empresas chegam ao cúmulo de lançar versões de “luxo” em periodicidade rápida de 1 a 3 meses?

Outras editoras de quadrinhos (no Brasil e no mundo) que trabalham com publicações de luxo lançam suas edições semestralmente e até anualmente, pois, obviamente, é necessário dar tempo para que o consumidor arrecade 80 reais para investir num mangá de papel de qualidade, capa dura e páginas coloridas.

Tempo de exposição e visibilidade

Que atire a primeira pedra quem nunca “pulou um volume” e foi forçado a se virar para conseguir achá-lo. Ou quem nunca ficou namorando uma certa obra por um tempo antes de decidir comprar. Ou ainda quem descobriu depois de um tempão um certo lançamento.

O tempo que uma obra fica à mostra é uma das maiores propagandas gratuitas para o seu produto. Não é à toa que nos mercados os pontos estratégicos são ferozmente disputados. Com mangás não é diferente, cada vez que você vai checar se seu volume chegou, você é exposto a todos os outros mangás disponíveis e, fatalmente, um vai começar a te deixar curioso. E até, quem sabe, te fazer comprá-lo.

Com periodicidades curtas essa exposição do volume é limitada. Se um certo consumidor se interessou, mas não pode comprar aquele mês, ao voltar no mês seguinte, quando tem dinheiro, aquele provocador sumiu e ele nem se recorda mais de tê-lo visto.

Em periodicidades longas, a exposição e visibilidade de cada volume é muito maior. Isso é especialmente importante para os primeiros volumes, os volumes únicos e os “retornos”.

Mas existem outros benefícios frutos do maior tempo de “vitrine”: acontece bastante que certos volumes não sejam enviados para certa cidade e, até que os leitores consigam comunicar à editora, os volumes chegam fora de ordem ou são pulados mesmo; numa periodicidade mais longa há mais tempo de correção de coisas assim sem ter que atrasar a periodicidade.

A maior janela auxilia também na distribuição nacional integral, já que demora mais tempo para movimentar os produtos até o Acre, por exemplo. Um mangá bimestral não fica 60 dias exposto, existe o tempo que leva para chegar até a banca e depois quando é retirado antes da chegada do próximo volume. Em um lugar muito afastado um mangá pode acabar ficando apenas uma quinzena exposto. É claro que estamos assumindo que as distribuidoras estão fazendo o trabalho delas bem e deixaram os volumes à exposição e não trancados em depósitos…

Outro benefício é o tempo “de sobra” para solicitar mais volumes (em caso de esgotamento), troca de volumes com defeitos ou fazer pedidos. Ao invés, muitos leitores se veem forçados a ter que buscar online, já que os volumes não chegam, chegam em menor quantidade e esgotam ou o famoso “já foram recolhidos e retornaram à editora”.

Maior tempo para estabilização do número de leitores

Obviamente, demora um tempo até todas as pessoas interessadas descobrirem o volume 1 daquela obra, demora para ele contar ao amigo, que vai comprar e contar a outros amigos e assim vai. Um espaçamento maior significa que você dará um tempo maior para esses consumidores acharem seu produto e te dar uma ideia mais certeira de quantas pessoas estão comprando aquilo. Isso é especialmente importante no Brasil, onde as editoras vão adaptando as tiragens para se moldar ao número de leitores imediatos daquela obra (ou seja, leitores que estão comprando em dia).

Menor estranhamento quando alcança o Japão

Quando uma obra alcança o Japão é de impressionar a quantidade de pessoas que “reclamam” da demora do próximo volume. E como podemos culpá-los? Um leitor normal não está em dia com os lançamentos japoneses e a maioria dos sites, inclusive das editoras, é bem desatualizado nesse sentido. Depois de comprar uma obra todo mês, de repente param de lançar. O que ele pode pensar? Talvez tenham cancelado? Será que acabou assim mesmo? Pararam de publicar?

Por outro lado, se seu leitor tem o costume de comprar a obra trimestralmente, ele não vai sentir tanto a “demora” dos novos volumes e se adaptará muito mais facilmente ao lançamento que agora acompanhará os japoneses (que lançam em ritmos mais lentos).

Por outro lado, nossa periodicidade e acompanhamento da produção japonesa é tão absurda que empresas como a Panini às vezes esperam anos para retomar uma série e, é claro, só para lançá-la em ritmo rápido de novo. Como algo assim faz o menor sentido? Não basta chocar o leitor uma vez, temos que fazer isso várias vezes!

O ritmo mais lento também ajuda a evitar que haja essa pausa, talvez o tempo de os alcançar seja mais que o bastante para permitir a conclusão no país de origem.

Não é à toa que cada vez se traz menos títulos em publicação no Japão. Por que será? Passar anos desaparecido ou abandonado é mais que motivo aceitável para desistir de uma série ou achar que foi cancelada e se desfazer de sua coleção.

Maior tempo para produção e resolução de problemas

Quantas vezes você já ouviu as editoras falarem de atraso? Se os volumes têm um maior espaçamento entre eles, significa que você tem um tempo maior para resolver problemas. Se um certo título é mais trabalhoso, você pode “produzi-lo” com calma. Ao invés disso, o que vemos são editoras lançando na pressa, sempre reclamando de “atraso na aprovação da capa”, ou que não foi “enviado o material”. Ou então prometendo trocar certo papel, mas continuando a lançar mesmo assim “porque eles precisam lançar para pagar as contas”.

Numa realidade em que fossem obras trimestrais, se aquela obra está “emperrada”, a editora pode adiantar um outro volume e encaixar alguma coisa a fim de resolver a situação. No caso mensal, a editora não pode lançar mais de um volume da mesma obra, nem pode começar uma série nova; ela acaba ou tendo que adiar e segurar as contas ou lançar como der.

A quantidade de “não deu tempo” que ouvimos das editoras mostra como essa periodicidade rápida pode interferir também na qualidade e preparação dos produtos.


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Mas, mesmo diante de todas essas vantagens de uma periodicidade mais longa, há aqueles que reclamarão:

Não quero ter que esperar mais ainda para ler meu mangá!“, dirá um otaku. Não percebe ele que as pessoas que conseguem arcar com várias obras mensais são a minoria e que, ao excluir parte dos consumidores, ele está diminuindo as chances de várias outras obras chegarem ao Brasil. É um tiro no pé. Você, que consegue comprar vários volumes ao mês não vai deixar de consumir vários mangás, mas, em vez de ficar preso só a alguns títulos, poderá simultaneamente ler várias obras. Não será necessário esperar 8 anos para ter a chance de ver um novo mangá por aqui. É “uma troca equivalente”.

Periodicidades longas fazem o leitor esquecer a obra!“, essa é uma pérola muito usada. Se você esqueceu a obra (de nem lembrar mais o que era mesmo), é porque você não gostou tanto dela assim. Por acaso você esqueceu todos os animes que assistiu no passado pois faz tempo que não os assiste? Obras que nos marcam ficam conosco; se você gosta daquela obra, você não irá esquecê-la. É claro que em algum ponto você pode não lembrar mais que ia sair tal volume em tal data, e é aí que entra a propaganda! Assim que você ver o novo volume ali na banca, você se recorda. Inclusive, nos Estados Unidos, é muito comum que haja chamadas no fim dos mangás com as próximas obras que sairão no próximo mês, quer propaganda mais efetiva e direta ao público-leitor?

Mas o tempo de espera não faria o leitor perder o interesse?“, diria o leitor ainda não convencido. É claro que existem limites, se você fosse obrigado a esperar muitos anos por algo, você poderia até perder o interesse, mas em geral isso não acontece. Veja só um exemplo, cada vez que é lançado um novo “Asterix” no Brasil, o volume vende e vende muito. E olha que os fãs da série tiveram que aguentar não só a espera, como decaimento de qualidade (até isso ser resolvido). Ninguém por aí diz: “Não vou mais comprar Asterix porque não posso comprar todo mês!” ou “Não vou comprar o último livro de George R. R. Martin, demorou demais!”. Ou seja, se você gosta daquilo, você vai lembrar ou quando ver a propaganda/lançamento relembrar. Em geral só deixamos de acompanhar algo quando já não vale o esforço: “Cansei de assistir Supernatural, tá dramático demais!” ou “Chega, Hunter x Hunter tá parecendo rabisco, o autor não respeita mais a série!”.

Ah, mas…“, o leitor insiste. Pense, leitor, em todos os ramos de quadrinhos, livros, seriados, filmes, animações, música; quantos não trabalham com longas periodicidades?  Quantos sofrem de “esquecimento”? Senhor Eminem passou anos “desaparecido”, nem por isso vendeu menos quando retornou. As trilogias de filmes vendem rios, independentemente de ter demorado um ano ou mais para serem produzidas. Você acha que alguém esqueceu o que é Star Wars? Você pode não lembrar detalhes, nomes, nem a história, mas você lembra se gosta ou não. Quem nunca travou na hora de responder o que mais gostou em certa obra? Você não se recorda do que gostou, mas você gostou, isso é fato!

Mas isso não significa que não há espaço para obras mensais!“, diz um leitor mais sabido. De fato, uma publicação como o Naruto pocket da Panini é um lançamento que faz todo sentido ser mensal ou bimestral, até mesmo pelo preço mais camarada. Mas existe outro fator importante que ajuda: ter anime no Brasil. Lembra como um grande problema era não ser episódico? Se a pessoa já assistiu todo o anime de Naruto ou Dragon Ball, por exemplo, ao começar a ler do volume 20 ele vai conseguir se situar sem muita dificuldade. Ou seja, vai funcionar como se fosse episódico, o leitor se pular alguns volumes terá uma facilidade imensa de se adaptar até que possa voltar atrás e comprar os volumes pulados. Fora que tem uns que são tão famosos que (mesmo que perca consumidor por ser mensal), o volume de vendas é tão grande que mais que compensa ter aquilo vendendo um novo volume todos os meses (depois basta lançar novas versões e recuperar o público perdido, né, Panini?).

Olha, ‘são realidades diferentes’ não dá para comparar; lá é EUA, aqui é Brasil“, diz alguém que anda assistindo Henshin Online demais. Pois saiba que não é só EUA não. Países europeus em sua grande maioria trabalham com uma variedade de periodicidades sendo o trimestral e bimestral mais presentes, até mesmo os minúsculos como Hungria, Finlândia e Suíça. Na Ásia a mesma coisa.

Mas mesmo assim são países mais ricos!“. Então que tal Argentina? Se formos agora no site de uma das maiores editoras de lá, a Ivréa, você logo nota como cada série tem sua periodicidade, algumas mensais, algumas bimestrais, algumas trimestrais (mais semelhante ao estilo da Panini). Não importa o país que olhemos, as periodicidades são pensadas para cada título. Por que as nossas parecem emperradas no mensal e no máximo bimestral?

Tá, então você quer o quê? Que tudo seja lançado trimestralmente?“. Não necessariamente. Cada título merece um estudo e planejamento próprio e, muitos deles, não deveriam ser mensais de jeito nenhum pelos muitos motivos que conversamos acima. Mas, acima de tudo, mensal devia ser a exceção, não a regra. Um dos maiores problemas do mercado de mangá atual é exatamente a falta de diversidade (e presença de nichos) e número de leitores. E não, não sou eu quem está dizendo isso, são vocês e as editoras. Quem disse que “Shoujo não vende” e “Vocês não compram” foram os editores-chefes. Quem reclama da falta de yaoi, novel, yuri, genkigá, shoujo, josei, bara, mangás históricos, dentre muitos outros são os próprios consumidores. O mercado de mangás do Brasil como conhecemos atualmente nasceu há 15 anos e mesmo assim continuamos entalados no shounen. Não há público para os outros gêneros?

Talvez não tenha mesmo“, alguém pode concluir. Talvez. Mas se esse é o caso, como a editora NewPOP continuamente lança nichos e mais nichos e não entra em falência? Ou ainda, depois de tantos nichos ainda consegue disputar algumas séries e autores de grande sucesso com as outras? E como cada vez mais chega novas editoras no ramo que também não falem? Até um tempo atrás o mundo era Panini e JBC, hoje temos NewPOP, Nova Sampa, LP&M, Jambô, HQManiacs e Alto Astral… Teriam todas essas editoras decidido trabalhar numa área sem consumidor? Insanidade coletiva?

No Japão as obras têm aumento de número de vendas conforme os volumes saem, no Brasil só diminuem“, foi o que um palestrante disse no NewPOP Day 2015 para justificar a epidemia de obras curtas e periodicidade. Na verdade essa pessoa repetiu a mesma coisa que ouvimos várias vezes de certos representantes de editoras. E nada disso é verdade. Primeiro que no Japão existem todo tipo de caso, desde esse até o contrário e meios-termos. Em todo caso, existem vários momentos que uma obra acaba aumentando o número de vendas, como no lançamentos de filmes, anime e jogos. E isso influencia no Brasil também, obviamente! E segundo, no caso do Brasil, o motivo principal de não haver aumento, de o “número 1 é sempre o que vende mais”, é que:

1. É muito caro comprar uma séria toda de vez para poder pegar o bonde andando, e isso deve ser feito em um mês, pois no próximo já tem material novo. Imagine você comprando 10 volumes numa tacada só, ainda tendo que lutar com unhas e dentes para encontrar os benditos volumes em um lugar só, ou tentando achá-los no preço de capa e pagando horrores de frete. (Note que a periodicidade mensal aqui só piora a situação.)

2. As editoras raramente trabalham com reimpressão (o que graças ao panteão mundial tem mudado ao poucos) e o volume 1 sempre tem tiragem maior. Ou seja, como comprar algo que não tem oferta?! Como poderá o volume 10 vender mais se tem menor tiragem? O impedimento aqui chega a ser físico.

Veja que o que estrangula as vendas é a própria política de venda das editoras, no Japão as editoras estão sempre aumentando as tiragens a cada novo volume (com reimpressões de antigos), eles investem nas obras. No Brasil as tiragens são cada vez mais espremidas, se adaptando aos compradores imediatos, não há investimento ou planejamento de venda futuras. É feito e comercializado para ser vendido naquele momento e os restos são jogados meses depois para a “Fase 2”. Lançar mais rápido não evita a curva da queda, muito pelo contrário, é a mensalidade e caráter instantâneo das vendas que causam a curva. No Brasil, mangá é vendido como se fosse jornal ou revista VEJA, como se tivessem que vender tudo naquele mês do lançamento e depois não tivessem mais valor algum. Faz sentido uma postura dessas?!

Por causa do caráter imediatista, acontecem coisas como o caso do esgotamento no lançamento do volume 1 de Ataque dos Titãs que gerou atraso e um corre-corre danado para conseguir achar os ditos-cujos. Não dava para não sentir uma impressão de como estava tudo saindo às pressas, com um planejamento muito duvidoso. Dito e feito, dois anos após o lançamento, enquanto o mangá ainda está ativamente sendo lançado (atualmente no 13), o volume 1 ao 3 já sofrem de horríveis aumentos de preço, neste exato momento os 3 volumes custam juntos R$199,70 na loja Comix, por exemplo. O mesmo acontece com outras séries como os CDZs da JBC, Kimi ni Todoke e Air Gear. As vendas diminuem sem parar pois não se cria espaço para novos leitores de forma alguma. Empresas que deixam suas séries em publicação chegar num estado desses não têm o direito de reclamar de falta de público.


FIMIV

Se você começa a pensar que talvez tudo isso faça mesmo algum sentido, por que as editoras não trabalham com periodicidade maiores?

Vale lembrar, meu caro leitor, que a maioria das editoras nacionais são de pequeno porte. O supermercado da esquina tem mais funcionários que elas. Ou seja, essas editoras têm limitações em seu poder de compra e de investimento. A JBC neste momento está trabalhando com cerca de 15 títulos, todos esses títulos têm preços de licença envolvidos, taxas e impostos, fora os custos de produção. Se ela decidisse transformar tudo em trimestral e continuar a lançar 15 obras ao mês, ela teria que licenciar e arcar com os custos de 30 novos mangás do dia para a noite.

Logo o ritmo mensal é reflexo em parte da falta de poder monetário que as empresas têm ou tiveram no passado. A própria Panini alterou aos poucos suas periodicidades até chegar na situação atual em que a maioria de seus títulos novos são bimestrais, se tornando assim mais acessível.

Por outro lado, o fato da JBC, por exemplo, apostar apenas em 15 obras consecutivas, aumenta o risco de ela fazer má escolhas. Se a JBC trabalhasse com 50 obras alternadas em ritmo trimestral, se 5 só “se pagarem” a editora pode rearranjá-las de forma que minimize o impacto, sem ser forçada a cancelar ou ficar no vermelho. Já se essas mesmas 5 acontecessem quando se tem 15 mensais, a JBC terá que arcar e segurar a barra desse período ruim e torcer que as próximas não sejam assim.

Ou seja, embora o investimento para a empresa seja grande e exaustivo de início, a quantidade de obras garante à empresa uma maior segurança no futuro. Que é o que acontece com a NewPOP. Embora seja uma empresa pequena  1/4 da JBC em número de funcionários —, possui atualmente cerca de 15 séries “ativas” (ou seja, em publicação no Brasil), outras 24 licenciadas (ainda não iniciadas) e a constante provocação de “mais por vir”.

A editora utiliza-se da alternância para viabilizar séries menos procuradas com séries de sucesso, evitando assim cancelamentos e ajustando-se às necessidades de cada obra. Embora de fato peque em divulgar com antecedência seus checklists e divulgar planejamento de lançamentos, a editora mostra que o sistema funciona e muito bem, mesmo tendo, inclusive, preços em média mais elevados que a concorrência e se propondo a volumes de maior qualidade física, com tiragens semelhantes às concorrentes. Se longas periodicidades não funcionassem, a NewPOP estaria falida, ao invés de estar completando 9 anos de vida.

Quase todos os países com “mercado jovem” também trabalham com mensal, afinal um mercado inteiro com 2~3 títulos disponíveis não é difícil de acompanhar. Na época em que a Conrad lançava Dragon Ball e a JBC Samurai X, comprar todos os mangás era fácil e barato, não só por causa dos meio-tankoubons como por causa da falta de oferta.

Mas o mundo gira, anos se passam e chega uma hora que o mercado tem que amadurecer e se adaptar às mudanças. O que não vemos acontecer. As duas maiores editoras com mais de 60-80% dos lançamentos (a depender do mês em questão) pouco mudaram em relação a 10 anos atrás nesses quesitos. Inclusive, teimam em continuar a usar a fórmula de sempre e transferem a culpa das más vendas ao público-leitor e à crise. Até quando irão as editoras culpar o consumidor “que não compra” pelos fracassos de venda de seus títulos?

Não é irônico que um país mais instável economicamente utiliza-se de um sistema que depende da estabilidade econômica de seus leitores (ou seja, a capacidade de eles comprarem todo mês sem falta)? Será que não percebem que a cada vez mais estão “excluindo” uma parcela consumidora que, se depender da crise, será cada vez mais maioria? Quanto tempo será que levará para o mercado nacional “descobrir” os benefícios de uma periodicidade maior que o resto do mundo já segue há décadas?


* Os dados apresentados neste texto são todos aproximados para simplificação e clareza. Para produzir a parte brasileira do gráfico foram utilizadas as informações dos checklists e da loja online Comix, a maior de seu segmento que informa quando cada título é recebido por eles. Para produzir a lista americana foram utilizados os dados da coluna “North American Anime, Manga Releases” do site Anime News Network, também o maior de seu segmento. Por utilizarmos dados de terceiros, existe uma possível margem de erro. Nossa intenção não são dados acuradíssimos, mas dados para ilustrar nosso argumento.
* Agradecimentos especiais ao sinhô K’on pela revisão e lapidação.

34 Comments

  • Excelente texto. Eu estava a pensar exatamente sobre esse problema, quando me separei com o artigo.

    Parabéns.

  • Texto muito bom, um pouco longo e cansativo mas essencial para que os mais lentos venham a entender, amaria que houvessem periodicidades maiores e acredito que nos últimos anos tivemos uma evolução nesse quesito, exemplo maior é a JBC que sempre relutou em fugir do mensal e passou a testar o bimestral e hoje em dia maior parte de seu checklist é bimestral e estão testando o semestral com Akira, como citado no texto acima sobre a Panini, também eles lançam maior parte em bimestral, criar-se o trimestral pode não estar em um futuro distante, é realmente necessário que as editoras possam por em teste e ver se funciona também aqui no Brasil. Afinal de contas seria uma boa para pessoas conscientes como eu e a redatora dessa postagem.

    Agora falo como administrador e responsável por planejamento estratégico, apesar de enxergar os benefícios gerados pela trimestralidade e demais periodicidades maiores mas uma empresa ela precisa se situar no local onde ela está inserida, se uma coisa da certo em um lugar não significa que dará certo em outro, ou seja, se essa periodicidade mais longa da certo no mundo inteiro não significa que dará certo no Brasil. Não é o fato de “se esqueceu é porque não gostou” realmente isso existe, mas temos que entender que uma obra quando é lançada ela não está vindo exclusivamente para os fãs, pois estes já estão certos de comprar, nem que saiam impresso no papel higiênico em meio tanko a cada 6 meses. A intenção da editora é de atrair novos públicos alem dos fãs e se essas pessoas não gostaram tanto do titulo esperar 3 meses até o próximo volume de um mangá que tem uma historia que parece não andar, isso pode fazer com que algumas pessoas realmente deixem de comprar e essas pessoas talvez sejam a quantidade que a editora precisa pra que o titulo não fracasse, e por mais que nós sejamos conscientes as editoras precisam do otaku que não quer que seu titulo demore a sair. Essa mudança seria totalmente benéfica aos consumidores desse mercado mas será que também seria para editora?

    Seria uma boa que as editoras lessem esse post e pudessem discutir sobre isso. Lembro que exatamente por esse aperto que em 2015 tive que parar de colecionar muita coisa. Tive uns problemas pessoais que comprometeu meu orçamento quase em 100% com isso tive que desistir de 90% das coisas que comprava, atrasei bastante e só consegui me recuperar financeiramente no final do ano passado e de lá pra cá ainda estou tentando compensar o tempo perdido e acompanhar todas as series que ficaram paradas no meio do caminho, maioria estou perto de acompanhar o volume atual e teria sido bem mais facil se a periodicidade não fosse tão cruel.

    Então é isso, são dois pontos de vista bem distintos, como consumidor não reclamaria, tenho consciência das coisas que gosto e das series que quero acompanhar e não abandonaria caso elas passassem a ser publicadas trimestralmente ou a cada quatro/cinco meses. Por outro lado como administrador eu precisaria entender como funciona o planejamento estratégico de uma editora para saber em que momento esse dinheiro deve entrar na empresa e estudar o melhor modo de fazer isso, é algo bastante complicado e exige uma analise minusciosa para se arriscar a alterar qualquer coisa

    • Roses

      Você tem razão que você deve testar a viabilidade comercial daquilo. Mas geralmente o que é mais confortável para o consumidor é o que viabiliza uma publicação. A questão é se das coisas que descrevi isso representa a maioria dos consumidores ou não. É fato que existe quem tem dinheiro para comprar 400 reais em mangás todo mês e foda-se. Esse cara quer mensal, esse cara comprava a série completa naquele mês, periodicidade para quê? Particularmente eu começo a duvidar que essa seja a real maioria, e se é, suspeito que seja devido ao estrangulamento desses clientes. Eu parei de comprar 99% do que comprava na minha juventude. Hoje em dia não posso mais comprar todo mês garantidamente, ou tenho uma banca de fácil acesso, acabo conseguindo comprar os mangás em inglês, digitais, e acompanhar sem problema, mas não os da Panini. Eu fui literalmente “expulsa” desse mercado imediatista das editoras brasileiras, não confio na disponibilidade dos volumes. Algo que confio nos americanos. Se eu passar um ano sem poder comprar, daqui um ano estará lá, disponível. Eu tenho certeza, mesmo os volumes físicos.

  • Caralho meu, que matéria hein?

    Tava lendo achando que era de hoje mas era de 2015 lol, mesmo assim ainda da pra ver que esse problema ainda continua por aqui no caso da Panini, seria bom mudar mesmo, depois de ler uma matéria dessas não tem como não ficar a favor de periodicidades maiores.

  • […] Já comentei em outro post como o número de lançamentos mensais no Brasil e Estados Unidos não são assim tão diferentes. Mas isso não fala nada sobre a quantidade de consumidores desses dois mercados. A quantidade de lançamentos mensais está mais direcionado com a quantidade de editoras e de limitações monetárias dos clientes (quanto eles conseguem comprar ao mesmo tempo). Assim você pode ter 20 mangás sendo lançados nos EUA que são comprados por 80 mil americanos e 20 no Brasil que são comprados por 8 mil brasileiros (números absolutamente fictícios). Os dois acabam tendo uma limitação semelhante, neste exemplo, ambos conseguem consumir no máximo 20 mangás ao mesmo tempo. É claro que nada é tão simples assim e você vai ter vários perfis de leitores que compram diferentes quantidades e diferentes séries. Mas o ponto aqui é que, independente da quantidade mensal lançada, é indiscutível que a quantidade de consumidores nos EUA e na França (até Itália), é maior que a brasileira. […]

  • Roses, você escreveu esse post excepcional a um anos atrás. Você acha que a mudança da JBC para séries bimestrais é uma bom sinal e que há esperança para o futuro vier periodicidade maior?

    • Roses

      Eu tenho a suspeita de que no caso da JBC eles mudaram a periodicidade para juntar séries de má vendagem e assim abrir espaço para começar novas séries que eles julgam ter mais futuro. Seja como for, acho particularmente difícil que as empresas trabalham com periodicidades longas, simplesmente por causa da forma de venda. Os mangás ainda são tratados como revistas periódicas e vendidos primariamente em bancas, nesse tipo de situação as vendas são imediatistas (a grandíssima maioria deve vender naquele mês) e é de costume brasileiro que sejam mensais, de periodicidade rápida.

      Para mudar essa situação, a forma de venda teria que mudar também. Teriam que ser obras voltadas para a venda a médio e longo prazo, que permitisse a compra atrasada, que fosse fácil de encontrar “fora de época”, afinal é muito mais fácil para o leitor “normal” se esquecer de comprar uma coisa semestral.

      Pegue a minha pessoa, coleciono alguns mangás em inglês, ocasionalmente eu lembro que eles “existem”, vou na Amazon e checo o que saiu e o que não saiu, vejo o que está para sair, agendo uma compra e pronto. Às vezes checo 3 meses depois, às vezes um ano, conforme lembro ou tenho dinheiro. Isso é uma configuração de longo prazo, é como a L&PM e a NewPOP trabalham. Você pode começar e parar de comprar as coisas delas e retomar depois sem medo de não achar, correto? Não é apenas a periodicidade que ajuda a conquistar esses compradores casuais como o meu caso no EUA.

      Agora pegue a JBC, a Panini e Alto Astral, se você não acompanhar a série em dia, corre o risco de ficar sem. Sério, você não tem esse medo? Nunca conseguiu uma grana extra e pensou em pegar algo de uma não atrás e descobrir que não se acha mais? Ou que está inflacionado?

      A situação é mais que periodicidade, mais que local de venda, mais que tiragens e previsões de venda, é tudo junto. Muito mais mudanças são necessárias para permitir esse mudança de periodicidade.

  • Alison

    Essa ideia de aumentar a periodicidade dos títulos é bem legal mesmo, daria pra comprar uma maior diversidade de títulos, eu mesmo coleciono cerca de 10 títulos diferentes atualmente (5 em um mês e 5 no mês seguinte), eu só acho que tem um problema com relação a essas periodicidades mais longas: o tempo para terminar a publicação de mangás mais longos.

    É quase certo que os mangás que mais vendem no Brasil são aqueles com mais volumes. Um Naruto da vida, por exemplo, sendo mensal demora 6 anos pra acabar, sendo bimestral demoraria 12!!!! 12 anos é muito tempo, muitas vezes a pessoa até já parou de comprar de mangás durante esse tempo. E, aparentemente, a periodicidade dos mangás aqui no Brasil se deve também ao tempo que a obra demorará pra terminar, a própria Nova Sampa já disse que não adianta lançar um mangá 2 em 1 trimestral porque, se eles lançarem mangá nesse formato, será com a intenção de encurtar o tempo de publicação da obra.

    De resto, mangás mais curtos acho sim que é super possível colocar como bimestral, trimestral ou semestral,creio que se as editoras fizerem alguma mudança na periodicidade, será só com relação a mangás curtos. Pelo menos já aliviaria um pouco essa “pressão” de tantos mangás pra comprar por mês.

  • Samara Barreira

    Roses e Kyon: essa pode ser a solução para o meu problerma com os títulos de mangá que vrão a ser publicados, de acordo com os anúncios recentes. Afinal, vou pegar 5 títulos da Panini que anunciaram recentemente e mais os da NewPOP e mais um da JBC. Por causa desses lançamentos mensais, eu deixei muitos mangás acumularem como Ikkitousen (que somente agora é que eu consegui colocar em dia), Neon Genesis Evangelion (idem). Os que ainda não consegui colocar em dia foi Freezing (com os 13 primeiros volumes) e Magi (atualmente, os 8 primeiros volumes). Berserk, mesmo sendo bimestral, não escapou de ser dropado no 3º volume, por ser longo e altamente dispendioso. Tive de abandoná-lo, não teve outro jeito. Por causa disso, eu sou obrigada a ter de paralisar algumas coleções para dar prioridade a outras. Não tenho grana para sutentar tudo de uma só vez. Então eu deixo passar, para depois comprar mais tarde em lojas online, tendo de arcar com fretes altíssmos e/ou sem sebos, da mesma forma que as lojas vituais. Fazer o que? Ou faço isso ou fico sem, simples assim! O pessoal reclama da periodicidade da Nova Sampa e da NewPOP, porque são irregulares ou espaçadas demais. Mas se não fosse isso, eu jamais teria colocado Ikkitousen da Nova Sampa em dia. E, por causa disso, nunca precisei paralisar uma publicação da NewPOP até hoje, ao contrário das outras editoras, em que tive de desistir de colecionar algo, deixar paralisado ou simplesmente ter que desistir de colecionar. Agora eu sei porque todo dia a Europa e os EUA anunciam mangás e porque o mercado deles comportam tantos títulos e o motivo de venderem tanto: porque a periodicidade deles é muito diferente da nossa. E eles não deixam de publicar mangás todos os meses, somente planejam quais mangás vão ser lançados neste mês, e no próximo e assim, sucessivamente. Ou seja, o problema não está, exatamente, no número expressivo de leitores para esses mangás, mas como eles planejam os lançamentos respectivos para cada mês, cada bimestre, estação, semestre ou até anualmente. A palavra-chave aqui seria planejamento, algo que falta na maioria das editoras brasileiras, infelizmente. Aí eu teria realmente condições de comprar realmente tudo que me interessa sem problema algum. Mas dessa forma, realmente não dá! O mercado de mangás precisa de mudanças quanto a periodicidade, já! Agora! E quanto mais rápido isso acontecer, será melhor para eles (editoras), quanto para nós (consumidores). A reposição de volumes anteriores de mangá é uma ótima ideia, bem como o aumento da tiragem, porque não sofreríamos e não gastaríamos tanto (tanto no frete como no próprio mangá em questão, nos sebos e/ou em lojas como a Comix Book Shop) para achar as edições anteriores. Por último, a questão da periodicidade espaçada jamais me fez esquecer de determinado mangá, mesmo eu tendo sido obrigada a paralisá-lo por questões financeiras. Ou até mesmo por ele ter entrado em hiato aqui, para poder esperar um novo volume ser publicado lá no Japão para, depois, ser publicado aqui semanas ou meses depois. Isso é uma bobagem sem tamanho! Um bom exemplo disso é Triage X, volume 11 que saiu pela Panini recentemente, e que já entrou em hiato de novo. Bem, eu dei somente destaque a isso, porque é algo com o que eu sofro, atualmente, com a falta de grana para poder acompanhar publicações com periodicidades tão curtas. No mais, EXCELENTE e FANTÁSTICA análise. Creio que isso seria a solução para o nosso problema: tanto das editoras (preocupadas com as vendas e como pagar a conta e, com isso, elas não teriam que cancelar mangá algum por falta de venda), como para nós (que não teríamos que ficar selecionando qual mangá comprar e deixando outros passarem e, até mesmo, sem o risco de paralisar e até abandonar de vez uma coleção, como anteceu comigo com Berserk. No caso dele, foi preço alto e por ser longo demais). Eu poderia falar muito mais, porque tem muitas coisas pertinentes e intessantes a serem comentadas, mas o principal e que eu queria dizer, já foi dito. Parabéns, sensacional, perfeito!

    • Samara Barreira

      Mais uma coisa, Kyon, se fala muito da falta de público para determinadas demografias de mangás ou para as publicações em mangá como um todo: esse problema realmente seria resolvido e teríamos mais público leitor, se a periodicidade dos títulos fossem bem maior, porque com isso não só teríamos tempo de de sobra para fazer propaganda boca a boca, ou em grupos e fóruns chamando a atenção das pessoas para o mangás, aumentando assim as vendas e o público leitor, como teria até uma melhora significativa da distribuição dos mangás em bancas, livrarias e/ou em lojas especializadas. E, claro, com o mangá mais tempo exposto em vitrine nas bancas, nas lojas especializadas e/ou em livrarias, com certeza eles teriam mais tempo para despertar o interesse das pessoas. Conclusão… A solução é algo assim tão óbvio, por que não fazer? Se na Europa e nos EUA deram certo, bem como na nossa vizinha aqui do lado a Argentina, por que aqui não daria? As pessoas precisam parar de culpar a crise. O problema não é a crise, é a falta de planejamento e de divulgação, o que resolveria muitos problemas. Enquanto as editoras não resolverem mudar, o que foi dito na postagem vai continuar a acontecer, o mercado vai ser estrangulado, o consumo vai diminuir… Por isso essa onda de publicações de mangás com poucos volumes. Afinal, ninguém quer levar prejuízo.

  • João

    Muitas vezes, por conta dos altos preços e da periodicidade mensal (adivinha que editora) eu deixei de comprar títulos muito bons, por não ter condição. e isso acontece com outros vários colecionadores, porém as editoras, como você disse no artigo, querem tudo de imediato, sem pensar no futuro. Acontece de muitas vezes eu chegar na banca e já estar em 2 volumes na frente do que eu compro. Aprecio o sistema bimestral da Editora Panini, que faz com que possamos comprar com mais “calma” e poder pegar 1 ou 2 títulos a mais.

  • William L

    Ótimo post, bem escrito, bem exemplificado mas meio longo de mais…
    Sinceramente não tinha parado pra pensar sobre a periodicidade das obras ainda… e realmente seus argumentos fazem total sentido, esta difícil me manter comprando 8-12 obras basicamente mensalmente(com ressalvas para os títulos da Panini e da Newpop, que são bimestrais) são quase 200 reais por mês é muito dinheiro pra estar acompanhando poucas obras (principalmente com edições “pobres” da JBC por mais de 15 reais). Devo dizer que não foram uma ou duas vezes que pensei em parar de comprar mangás e só comprar light novels(por gostar mais, terem poucas e nunca serem mensais), mas meu lado teimoso me manteve comprando…
    Emfim, o problema é ver esse atual mercado mudar… não parece que a JBC vai mudar facilmente…

    • Roses

      “longo demais”… Esse povo preguiçoso, nem deu 10 páginas! XD
      “não parece que a JBC vai mudar facilmente…” a realidade tem um jeito todo especial de forçar mudanças, se a empresa não inova e se adapta, ela entra em falência. Medauar já testemunhou a falência da Conrad de camarote, quem sabe ele consegue tirar a JBC de sua crise. No evento, Júnior disse que a NewPOP não sofria de crise alguma de papel e que a participação em vendas nas lojas subiram 80%. Kodama também já desmentiu que com eles shoujo vende, sim.Ou seja… Isso tudo é crise da JBC, não do mercado de mangá. Falta eles perceberem isso?

      • Olha, não precisa misturar assustos pra justificar outros. A crise que a JBC vem enfrentando é do papel e não de shoujos, assiti esses dias a paletra do novo editor da Nova Sampa em um evento desse ano (é, to atrasado, eu sei) e ele confirmou que cogita usarem offset em alguns mangas, mas não quando e nem quais. Os papeis da Panini cairam de qualidade, desde o jornal até o offset de naruto gold. Se “shoujo não vende” é porque não vendia mesmo, só meninas que compravam na maioria das vezes, hoje em dia é que alguns meninos tem comprado tambem e deu a demografia mais força, mas o que ajudou foi a vinda de shoujos realmente expressivos e menos genericos. O junior pode ter dito não estarem passando por uma crise do papel, sendo que a comparação das editoras é injusta, não se sabe quanto de lucro cada manga rende pra newpop e jbc, empresas de 4 e mais de 20 funcionarios respectivamente. Lógico que ele não revelaria agora algo que está sobre o controle deles, mas se a newpop tivesse que sustentar 20 funcionarios fixos, com certeza a fama da newpop seria a mesma das outras editoras.

      • Roses

        @STX
        Tinha prometido a mim mesma não engajar em discussões de comentários… Mas é a vida…

        Você tem razão que cada editora tem uma configuração e situação própria. Mas ainda assim são editoras de um mesmo segmento, para um mesmo público e que lidam com as mesmas licenciantes. Então, embora comparações devam ser feitas, sim, é preciso relevar e analisar cada uma das editoras por si só.

        Dito isso, não existe uma “crise” na JBC, as pessoas estão apelidando de “crise do papel” por estarem insatisfeitas. JBC sofre de “problemas” e entre esses o fato de seus shoujos terem vendido pouco, seja lá qual o motivo. E de estarem usando papeis que desagradam.
        A qualidade dos papéis não mudou, o que mudou foi qual papel foi usado, qual marca. Se não me engano, a Panini estava usando um Brite importado e com o aumento de dólar passou a usar exclusivamente o brite da Pisa, nacional, que é diferente. Isso não é crise, é uma questão de adaptação. É claro, os leitores sentiram a diferença e não gostaram.

        “Shoujo não vende” é diferente de “Shoujo não vendeu”. Que não vendeu é fato, mas por quê? Essa é uma outra questão. Naquela época que Medauar disse isso, a Bete imediatamente defendeu que os dela vendiam. Assim como o Júnior disse que todos seus lançamentos deram lucro e ele vendeu shoujo, VÁRIOS, também. Ou seja, a incapacidade da JBC de vender shoujos (seja por qual motivo) é um problema dela. Com esses depoimentos não faz sentido concluir que não existe público.

        Em todo o mercado cada empresa tem sua configuração e saber se gerenciar é parte do desafio de se manter. A NewPOP pode ser 1/4 menor que JBC (em empregados), mas ela igualmente vende 1/4 dos mangás mensalmente. Tanto a JBC, quanto a NewPOP trabalham com o número mínimo necessário para se produzir seus produtos, ninguém fica contratando neguinho para fazer peso lá dentro. Os preços igualmente são similares (considerando as características físicas), elas têm os mesmo custos de gráfica, transporte, % de distribuidora, taxas, etc. Ninguém dá tratamento especial e descontos para a NewPOP por ser pequena. Inclusive eles trabalham com os mesmo tradutores, a Karen, por exemplo, traduz para as 3! E todas as três irão cortar custos onde der e como der. No fim, o lucro e custos das três são similares e proporcionais, pois as três vivem na mesma realidade comercial, sob as mesmas pressões econômicas. Se alguma delas descobrir um jeitinho de ganhar muito mais lucro, automaticamente todas as licenciantes iriam querer lançar por esse editora. Por que a CLAMP iria dar seus mangás para a NewPOP se ela não prometesse, no mínimo, o mesmo que ganha na JBC? Se a Panini lucrasse tanto mais quanto as outras, não ia ter ninguém vendendo para a JBC ou NewPOP. As editoras enviam propostas e participam de leilões para adquirir os títulos e todas as três são concorrentes, se são concorrentes significa que estão e oferecem uma situação similar. Se não fosse esse o caso, não haveria concorrência. É isso que significa concorrência, elas disputarem os produtos. Sendo que cada uma tem diferenciais, sim, que vão pender a balança para cada caso. Na palestra da NewPOP o Júnior chegou a dizer que teve que “lutar” por Madoka e No Game No Life. Ou seja, ele está em pé de igualdade com as concorrentes, a tal ponto que ganhou as duas. Afinal, japonês nenhum licencia por dó e piedade.

        Em todo caso, se ocorrer uma situação em que a NewPOP gera muito mais lucro devido ao seu quadro menor de pessoas. Então tá na hora da JBC passar a foice e melhorar o gerenciamento do seu quadro de funcionários.
        O que duvido que seja o caso, na verdade, ser menor é pior. Por exemplo, existem vários cargos que precisam existir não importa o tamanho da empresa, como o editor-chefe, financeiro, marketing, gerente de conteúdo, etc. Depois desses você tem os cargos que variam de acordo com a quantidade de produtos, editores, assistentes, tradutores, revisores. Quanto mais títulos você lança, maior a probabilidade que esses caras nunca terão folga. Você acha que rola, na Panini, um “ufa, acabamos tudo, agora só mês que vem”? Por outro lado, na NewPOP por causa da quantidade pouca de lançamentos por mês, você acaba tendo um funcionário que não tem o que fazer. Por isso mesmo, além dos 4 funcionários tempo integral (o diretor, marketing, financeiro e vendas), a NewPOP paga como freelance os tradutores, editores, letristas, revisores e todos os demais nomes naquele expediente, o que é em geral mais caro do que o salário integral de se contratar alguém, exatamente por o freelance não ganhar vários benefícios eles cobram mais.
        Ou seja, é questionável que proporcionalmente ter mais funcionários custe mais, pode muito bem ser o contrário. Até porque, um funcionário integral não cobra mais por ter mais fala ou mais coisas a serem editadas, já um freelance pode muito bem pedir mais por uma mangá mais denso.

        No fundo, entretanto, não temos como saber se é um ou outro, mas que ambos estão no mesmo patamar, isso é óbvio, logo podem, sim, ser comparadas. Afinal, é exatamente isso que o licenciante fará, comparará as opções.

        P.S.: A JBC tem algumas “alas”, até onde sei a ala da JBC mangá tem 16 pessoas, posso estar desatualizada, mas o único freelance deles são os tradutores. A NewPOP tem exatamente 4 pessoas e o resto todo é na base do freelance, pegando os volumes mais recentes, entre 3 e 5 pessoas. Ou seja necessário 7 a 11 pessoas para produzir um mangá. Até mesmo o 16-20 da JBC não parece tanto assim agora…

      • bem, vamos lá.

        o primeiro fato é que mesmo a Beth kodama já afirmou em video que a “crise no papel” existe, tanto para offset quanto brite, não é invenção de clientes insatisfeitos. Também em video ela confirmou que o papel offset de berserk já esta(va) comprado a um bom tempo, mas que depois vai ter que comprar o nacional, ou seja, será como o de naruto gold. Sendo de outra marca ou importado, é obvio que a crise do papel existe e ela não é exclusiva da JBC, porem a Panini tem muito maior poder de fogo pra bancar papel do que a JBC e a Sampa que ainda trabalham com o brite, sendo que a Sampa manda para banca muito menos do que as duas e por isso quase não vemos nada da parte deles, mas repito: já cogitam trabalhar com offset para séries novas.

        O argumento de cassius sobre “shoujo não vende” foi um argumento para até aquele momento, os leitores eram outros, assim como não temos numeros oficiais das tiragens da ou qualquer outra editora impede qualquer tipo de analise, as vezes “vender 100” pra newpop é sucesso caso imprimiram “300” e pra JBC é fracasso pois imprimiram “700”, e voltando a beth, se não fosse a campanha mais shoujos, a demografia não tinha futuro a curto prazo na editora.

        Nem todos os mangas passam por leiloes e não sabemos se a JBC tinha interesse em “A pessoa amada” ou “Homem das mil faces”, mas era certo que eles não investiriam em gate 7 por ter poucos volumes, caso esse que segundo del greco, Drifters foi oferecido a jbc e eles não quiseram por serem poucos volumes, mas repassaram a nova sampa. Sim, a newpop tinha qualidade na epoca e isso pesou com certeza, mas não sabemos se a JBC concorreu com eles para esses mangas. Nem tudo é luta, se eles lutaram por Madoka e ganharam, possivelmente foi o fato deles terem se oferecido pra comprar os direitos de toda a franquia e não de apenas algumas edições e no caso de No game no life, por terem interesse na novel tambem, coisa que outras editoras não ligam muito e ter editoras que só querem licenciar se for com tudo. Sim, não licenciam por dó ou piedade, mas tem que levar em conta todos os fatores que podem influenciar na decisao deles, mesmo que não conheçamos os pormenores.

        Apesar de tudo, eu reconheco que o pessoal da Newpop é extremamente eficiente pelo numero de funcionarios que tem, porém há de se notar que problemas como periodicidade de seus mangas se deve a ter poucos funcionarios. Não sabemos quanto ganha o pessoal de cada editora, mas imaginamos que 1 pessoa faça o trabalho de três e ganhe rasoavelmente bem para continuar no barco e isso querendo ou não seja refeltido nos preços dos mangas, mas um corte na JBC faria com que a empresa tivesse que diminuir drasticamente o numero de lançamentos anuais e lutar para manter a periodicidade deles.

      • Roses

        Pois é, a “crise do papel” nada mais é que, aumentou o preço do papel importado e teremos que usar o nacional. Como isso se caracteriza como crise, eu gostaria de saber. A NewPOP, talvez, não tenha “crise” exatamente por usar papel nacional? Então seria a “crise do papel importado”? Se papel estivesse em crise o sulfite do mercado teria aumento, o xerox da esquina, etc. Aqui onde moro nada aumentou… Se você pesquisar “Crise do papel” o google só parece site otaku e crise do papel higiênico na Venezuela (coitados…). Então que Crise é essa que só existe em 2 editoras de mangá? Fora que Offset é o papel base de vários outros, aumento no Offset ia explodir aumento em todo resto, incluso na caixinha de bombom, embalagem do panetone… Uma crise de papel de 2 editoras? Por favor, me mostre essa crise, porque procuro e não acho nada…

        Sobre o Shoujo, as tiragens pequenas da NewPOP são de 30 mil, assim como os da JBC. Não faz muito sentido que eles “estejam felizes com valores diferentes”. Mas não tem muito que possamos discutir sem valores.

        Também fica difícil discutir licenças, mas não quis dizer que os mangá são sempre disputados. Mas se a editora japonesa sabe que a JBC licenciando um CLAMP venderá, digamos, 30 mil. Por que ele licenciaria para a NewPOP se ela prometesse digamos 10 mil? Não valeria mais a pena esperar e lidar apenas com a JBC? É benéfico que a CLAMP tenha várias séries ao mesmo tempo sendo lançadas? O ponto é que, minimamente a NewPOP tem que oferecer algo. E, sim, os diferenciais acabam pendendo a balança, mas o diferencial só conta se a NewPOP conseguir chegar naquele mínimo aceitável da licenciante.

        Eu discordo que a periodicidade seja fruto de funcionário, conheço o editor deles e sei que faz meses que eles já fez certos volumes que não foram lançados. Às vezes, pode ser uma limitação até da gráfica por ser pequena, ou até limitação monetária. Já pensou nessas possibilidades?

      • Ajustemos alguns pontos sobre a crise do papel segundo informações que temos:

        1-A Crise do papel sempre teve em destaque o papel Brite 52, o que sabemos oficialmente é: Dolar aumentou e a empresa responsavel por aquele papel faliu. Editoras tem de usar o nacional.

        2-devido a alta procura, o preço do brite nacional subiu ao nivel proximo do offset e a quantidade disponivel não é grande e não é exclusiva de mangás. Editoras como a panini e até a nova sampa (que é pequena pra mangas, mas não vive só disso como praticamente a JBC e Newpop) teriam prioridade em ter esses papeis por tem mais cash. Se não acredita, tire os mangas de cada editora, A panini, a Nova Sampa, a Astral Comics e a Abirl sobrevivem, mas a JBC e Newpop não.

        3-visão da editora: convenhamos, por mais que existam os defensores de “eu pago até R$19,90 por manga X de qualidade”, a verdade é que a maioria não pensa assim. Pra mangas que precisam estar em bancas todo mes a R$16,90, como Hellsing ou Chobits, a realidade é que a maioria dos consumidores irão preferir adiar em pegar esse manga, preferindo os mais baratos e pasmém com mais paginas. O modo como a JBC trabalha com mangas todos os meses nas bancas e com a capacidade financeira dos compradores, é mais logico vender mais barato mesmo com menor qualidade. A Newpop por outro lado, deve se manter mais com os mangas que vão para lojas especializadas exatamente por ficar meses fora das bancas, então é até mais plausivel terem seus mangas mais caros por terem uma periodicidade instavel. Mesmo que a JBC possa usar desse mesmo modelo e cobrar mais caro, a tendencia seria a ter mais mangas sobrando nas prateleiras das bancas e pra editora, a prioridade é banca na maioria dos casos.

        4-Tiragem, custo e lucro do manga: não sabemos de qual papel a newpop usa, mas desde antes que a crise estourasse, o preço de mangas da NewPop como Hetalia, Usagi drop, Street fighter, Azumanga Daioh, K-ON e outros sempre foram muito acima de mangas de outras editoras do mesmo periodo. K-on por exemplo tinha a base de 120 paginas por R$19,90, preço acima de um Planetes, desse ano, com mais qualidade, com mais de 200 paginas, ou mesmo mangas da JBC em offset que só com hellsing e chobits chegaram a R$16,90 e pasmem com mais paginas. Mesmo que licensas pesem tambem no preco final, é bem facil notar que detalhes como numero de paginas passem despercebido nessas horas. Será que os mangas que a newpop lançou, se lançados pela JBC, Panini ou Astral Comics em suas respectivas epocas de lançamento e especificações teriam o preço final que tiveram? Dificil. E sobre tiragem,

        Se olharmos para as editoras que lançam mangas no Brasil em banca, temos Panini, JBC, Nova Sampa, Abril, New Pop e Alto Astral. Das mencionadas, só panini, JBC, abril e Nova Sampa usam brite, Como a Nova Sampa não depende de mangas pra sobreviver e mal lançou edições de Gurren Laggann esse ano e nada de novo por enquanto, a crise pra eles praticamente não existiriam dentro do contexto de manga por não ter quase nada em andamento, so sobram JBC, abril e Panini como constantes, sendo a abril menos delas e com menos mangas, a Panini tem poder de compra pra ter mais brite disponivel e com isso minar a disponibilidade para as concorrentes e ainda tem as HQs que são a maior força da editora, a abril é semelhante a panini e até maior, mas dizem que o papel é pior (vai entender) só sobra mesmo a JBC que só vive de manga, por isso é a que aparenta sofrer mais com a crise de papel. Mas se a Nova Sampa estivesse lançando mangas como a JBC, estaria sofrendo do mesmo mal. Então sim, a crise do papel a principio parece ser só com duas editoras e querendo ou não, ela existe. e ja foi assumida por todos que usam papel brite. Se na JBC ela parece pior é por causa deles não estarem encaixando as contas pra bancar uma empresa. Lembrando que quando falamos de que o lucro de um manga tem que pagar o trabalho dos funcionarios, eu não me refiro a apenas quem mexeu com manga, mas a até a tiazinha da limpeza. Empresas como a Panini, Altro Astral e mesmo a Nova Sampa não pagam os funcionarios com o dinheiro exclusivamente de sua area, se não o pessoal da nova sampa tava passando fome, lucros com as hqs da panini, as revistas de astrologia da astral e as de croche da nova sampa são usadas no montante para pagar seus funcionarios e mesmo quem não trabalha com manga recebe uma percentagem sobre eles. Por tudo isso é necessário verificar cada empresa e cada caso e reafirmo que comparar empresas só porque trabalham no mesmo ramo é injusto pois o modo de como elas funcionam não é exatamente igual, mesmo entre as grandes como panini, astral e abril é complicado comparar por serem de proporções e metodos completamente diferentes.

      • Roses

        Olha, de fato se produz menos que se usa no Brasil (em relação aos papéis jornais), mas longe de significar que exista apenas uma empresa que dê para exportar. Mas, enfim, o Brite 52 é o da Pisa, os dois tem a mesma gramatura? Vai saber…
        A NewPOP não entra na sua lógica, papel offset é o que mais dá no Brasil, isso e os couchê da vida.
        Mas, beleza, o que você está dizendo é o papel brite já não é mais viável e as empresas estão sendo forçadas a se adaptar. Isso acontece o tempo todo, o correto então é “a crise do papel brite”… A partir daqui vira uma brincadeira de adivinhar, não dá para saber se os consumidores fariam isso, ou se mangá não venderia. Vários mangás da NewPOP vão para bancas, independente de preços.Não tem como discutir aqui sem dados.

        Quanto ao item 4, o preço foi sempre maior, mas a qualidade física e tamanho da NP são quase sempre maiores. Usagi Drop mesmo é enorme, em todos os sentidos.
        K-ON, por exemplo, além de gigantesco (15 x 21 cm), sempre foi feito com Offset 90g, com páginas coloridas em couchê e ~130 páginas, por 14,90 (os volumes especiais, um pouco maiores por 16,90 — onde você viu 19,90?). Chobits, com 13,5 x 20,5, ~190 páginas, várias coloridas (não me lembro em que papel), Offset 75g o miolo, também por 14,90. Embora o preço seja exatamente o mesmo, Chobits é menor e com papel mais fino. Já K-ON foi maior, com papel mais grosso e menor número de páginas. Assumindo que nenhum dos dois sabemos as fórmulas de custo aqui, me parece equivalentes.

        Chobits por sua vez, custou 16,90; menos páginas coloridas em couchê, tamanho também menor de 13,5 x 20,5cm, cerca de 200 páginas em papel Offset 65g. Planetes, não foi informado a gramatura do papel, acredito que seja 75g ou menos, 13,7 x 20 cm, 300 páginas, algumas coloridas, 18,90. Usagi, de 14,8 x 21 cm, com 215 pag, papel offset 90g, 19,90.

        Todos eles parecem, ao somarmos todas as característica bem equivalentes. Ninguém superou a gramatura ou tamanho utilizado pela NewPOP, enquanto os outros a superam em número de páginas. Acho que nas suas contas você não está levando em consideração a gramatura ou o formato dos mangás. Quanto maior a área, maior o uso de papel, ainda se for já um papel mais caro, isso reflete ainda mais no preço. Exemplo idiota, pegando o Chamex de 500 folhas (que é Offset), A4 210 x 297mm 75g, custa 15,90. O A4 90g idêntico, já passa para 19,20. Note como a simples mudança da gramatura teve um aumento de mais de 20%, e isso mantendo o tamanho idêntico, imagina se fôssemos aumentar também o tamanho? Gramatura e tamanho aumentam, sim, o preço! Não dá para contar apenas o número de páginas.

        Se K-ON fosse lançado pela JBC, seria em formato menor e gramatura menor, então obviamente seria mais barato. Mas o preço de K-ON não é absurdo, é reflexo do acabamento diferenciado da NewPOP. Não se pode julgar o preço apenas pelo número de página.

        Errado, a Panini em si não trabalha com mangás. Ela terceiriza para outra empresa, a Mythos. Logo essa “ala” da Panini depende exclusivamente de mangás, se o “Planet Mangá” parar de se pagar e dar lucro, a Panini simplesmente corta esse braço e segue em frente.

        Independente das configurações internas de uma empresa, no fundo, o que mais pesa nos custos não é a tiazinha a mais da limpeza. O Crochê e astrologia tem seus próprios funcionários para pagar, se os mangás não se carregassem, eles não lançariam. Nenhuma empresa vai usar um braço para pagar o outro… Cada braço tem que se pagar e se manter. De novo, ter mais funcionário e mais produtos não significa necessariamente mais custos, custos fixos como diretoria, gerência, segurança, RH, IPTU, etc acaba sendo dividido entre diversas alas, aos invés de ter que ser pago apenas pela venda de mangá. Ser pequeno ou média traz vantagens e desvantagens que no fim das contas se equilibram.

        A única diferença desleal entre essas empresas é o poder de compra. A Panini claramente consegue investir mais, ao contrários das outras que são empresas médias-pequenas.

      • Pois então, como o braço das seções de mangás da astral e nova sampa existiriam se eles lançaram pouca coisa esse ano? A nova sampa mal lançou voulmes de gurren lagann esse ano e a astral até lançou mais, mas o suficiente para pagar os salarios de seus funcionarios o ano todo? É uma questão logica que essas empresas estão bancando os empregados do setor de mangas com um montante adiquirido com o lucro geral de todas as divisões. O fato é, se a divisão de mangas deles geraram pouco conteudo em banca, mas mesmo assim eles sabem se daquilo que teve movimento se compensaria ou não manter aquela divisão. Não falo de achismo, ja trabalhei em empresas que usam desse metodo e que só cortaram certas divisões quando não haviam mais projeções futuras de trabalho.

        O fato de uma unica empresa importar os papeis que as editoras usavam e da empresa ter falido é um fato também confirmado pelos editores, não, o Brite 52 não é DA pisa, Pisa Brite sim. Brite não é uma marca de papel e sim um tipo, Pisa Brite é o nacional.

        Não sabemos se os tamanhos usados em K-ON foram exigencia da editora japonesa ou escolha da NewPop, porém é valido contestar que qual a necessidade de especificações tão altas em um manga numa epoca em que a crise não estava aparente? E confirmando, o valor de K-ON É R$19,90 segundo a propria newpop http://www.newpop.com.br/?p=314 ,tanto que a especificação e o tamanho e o preço foram exagerados quanto há serrilhados nas imagens do manga. Se Chobits tivesse sido lançado com as mesmas especificações de hoje em dia, mas na epoca de K-on, estaria na faixa de preço de Ruronin Kenshin ou Yuyu Hakusho, entre R$13,90 a R$14,90. Mas a realidade do dolar hoje sim influenciou no offset e chobits chegou aos R$16,90 e não é caso apenas de preço de licença, o papel de chobits é melhor que o de Terra Formars, logicamente com maior gramatura e mais caro. A prova que a NewPop pode sim fazer mangas com preço melhor são mangas como Alice Hearts de R$13,90. Não vi o manga ainda, mas conhecendo o estilo da NewPop, dificilmente seria com papel do tipo da JBC, agora como ela fez isso? Licenciamento barato? lucro menor? especificações mais realistas para o mercado? maior tiragem? todas as opções? quem sabe.

        E independente da panini terceirizar ou não para a Mythos ou qualquer outro, dá na mesma. Realmente acredita que a Panini consegue manter os menores preços apenas por causa da Mythos? Se a panini, terceirizando ou não, se não tivesse a força financeira das hqs, já não teria preços bem mais elevados? Tem a lenda não confirmada que a Panini tem tiragens menores que da JBC e mesmo quando tinham mangas de especificações identicas o preço dos da panini eram menores. Se levarmos essa lenda em consideração, seria baseado em quê o preço menor? Mesmo se a panini cortasse os mangas/mythos, a panini continuaria de pé e ela pode se dar a esse luxo, diferente da Newpop e JBC.

      • Roses

        Sobre K-On, está obviamente errado: http://www.lojanewpop.com.br/k-on-ed3
        Avisei eles sobre isso, quem sabe corrigem.

        Sobre braços, por mais que não exista a própria equipe e local, aquele mangá tem que pagar as horas que foram gastos nele. É uma questão de gerenciamento, gastasse para fazer um mangá x horas, a hora de meus funcionários é tal. Pagou e deu lucro? Continuo fazendo. Não? Hora de parar. Bem, empresas menores tendem mesmo a serem desorganizadas e imprecisas, mas mesmo eles têm uma ideia mínima de custos.

        Não, não, pera. Cada empresa tem uma marca, Brite é uma marca de papel Jornal. Obviamente aquele brite só era produzido por aquela empresa. Mas existem VÁRIOS outros papeis jornais e tipos de brites no mundo. Como o Pisa-Brite, Custom-Brite, Hibrite, etc. E o que eu disse é que o Brite da Pisa, às vezes chamado de Pisa-Brite é também 52g. Só isso. xD

        Olha, o offset nacional não aumentou tanto assim, meu sulfite que compro todo mês tá no mesmo preço… Inclusive a própria NP não teve aumentos (teve?) e eles só usam offset.

        Alice Hearts tem 12,8 X 18,3, (K-ON 15 x 21), o tamanho é consideravelmente menor. Eu falei isso já, tamanho influencia e demais no preço, as pessoas não tem muita noção disso. É mais tinta, mais papel, mais capa. A parte mais caro de um mangá é a parte física: preço do papel, preço da capa, tinta e impressão. Note que, provavelmente por causa da Crise, a NewPOP se adaptou diminuindo seu mangá para ficar mais em conta. Fora que, Alice não tem páginas coloridas originalmente, logo não tem o preço do papel Chouchê ali no meio (que é bem mais caro).

        Mas até este lançamento, todos os mangás da NewPOP eram GRANDES, com ALTA GRAMATURA. Usagi mesmo parece um tijolo de tão grande, a impressão é de ter muito mais que 300 páginas, isso é resultado da gramatura 90g, quanto maior a gramatura, mais cheio e grosso o volume fica. É um mangá de muito mais qualidade que qualquer coisa lançada em jornal. E vem daí o preço. A intenção da editora é essa. Se você acha desnecessário ou não, é outra história.

        Correndo o risco de estar enganada, Sakura foi em 75g, Chobits em 65g e esses atuais finíssimos estão por volta de 50g (a JBC se recusa a dar informações exatas =P). Note que o papel foi diminuindo gradualmente, não tem nada a ver com esse “crise do brite”, a JBC NUNCA trabalhou com gramatura de 90g como a NewPOP.

        Sobre a Panini, de novo, sério, olhe as dimensões dos mangás, poxa. Panini lançava coisas em geral bem menores que a JBC que era maior. Century Boys: 13,7×20 cm por 12,90; Deadly Sins 13,5×20,5 por 12,90; Naruto Pocket 11,4×17,7 cm por 10,90; All you need is Kill 12×18 cm por 12,50; Deadman in Wonderland 13×18 cm na época por 9,90; Bem-vindo à NHK! 13×18, Sora no Otoshimono 13×18, Karin 13×18.

        Note como as coisas mais antigas da Panini eram 13×18, enquanto a JBC usa 13,5×20,5 há anos. Hoje em dias ambas tem o mesmo preço e a Panini usa 13,7×20.

        Sério, se você vai comprar preços, gramatura e tipo de papel, formato e impressão fazem TODA a diferença. Com a pouca variação de 13×18 e 13,7×20 a Panini custava 1-2 reais MENOS, ambos usando o brite 52g.

        Agora imagine se você aumentar todos os três ao mesmo tempo? Tipo de Papel, gramatura e formato, aí você chega na NewPOP. E o pior, depois taxas, impostos, royalties e tudo mais são % sobre o valor do produto final. Ou seja, se a produção fica mais cara (por causa do papel, gramatura, formato) o valor final de taxas e royalties e o escambal é bem maior TAMBÉM. É exponencial. Repito, você tem que levar em consideração o formato, gramatura e tipo de papel.

        Esqueça essas lendas de tiragem, as tiragens variam por título e todos tem a mesma variação. Até porque, de novo, é a mesma realidade econômica, existe um mínimo que dá para trabalhar em cima que é 20-30 mil se não me engano. Isso vale para todas as três, pois todas as 3 compram tintas, papéis e pagam gráficas que possuem praticamente os mesmo preços e pelo menos 60% do mangá. Não tem por onde fugir. A Panini não tem acesso a um poço mágico de tinta que deixa tudo mais barato, nem a JBC faz papel no porão com escravos chineses. O mercado dos dois é o mesmo. Você mesmo mostrou isso ao dizer que ambos compravam da mesma produtora o brite que usavam.

        A, e tiragem só vai fazer diferença quando for muito, muito maior. Casos como Naruto, que já era um formato maior e mesmo assim tinha o mesmo preço. Não dá para ver muito bem os “descontos” que a tiragem causa nos mangás “normais”. Fora que, tiragem maior só dilui o preço dos funcionários e produção, as % de taxa não mudam, nem varia muito o preço de papel, tinta e impressão que, novamente, É O QUE MAIS PESA.

      • Por mais que “seja tudo papel”, o papel sulfite não tem a mesma logistica de vendas do que o papel usado em impressões, não seria uma comparação rasoavel por serem para tipos de clientes diferentes, ou seja, o preço do papel da papelaria pra nós, meros consumidores tem um preço diferenciado do que os vendidos para editoras, tudo isso porque os fabricantes fazem esse tipo de variação, na pratica o papel a4 para clientes finais como nos tem uma porcentagem a mais em seu preço do que para empresas, que compram em quantidades maiores. Não é incomum o aumento para empresas e o “congelamento” do preço para consumidores comuns. Não podemos usar como base valores de produtos que são vendidos para nós com os das empresas e mesmo que para com eles o preço unitario seja menor, um minimo aumento pra eles reflete no que eles devem fazer, diminuir a projeção de lucro ou aumentar o valor final.

        E no fim, por mais que as editoras usem as mesmas graficas, o funcionamento das editoras pesam sim no preço final. Não seria impossivel para as demais editoras usarem o mesmo padrão da newpop, mas não sabemos seus calculos de lucro e custo, não sabemos se a newpop ganha “10%” de lucro, enquanto a JBC ganha “25”, a panini “30” e por ai vai, por mais que a fabricação basica possa parecer igual, por ser editoras de estruturas diferentes, cada uma fara de acordo com seu perfil estrutural por não trabalharem de igual modo. Mas não dá pra negar uma crise do papel, seja brite ou offset, Panini, JBC e Nova Sampa já assumiram a existencia delas e se não “atingiu” a newpop, só o tempo com novos mangás dirá.

      • Roses

        Não precisa ser o sulfite, basta olhar livros e qualquer outros artigos de papel. Nada sofreu de crise algum, nem aumentos grandes, às vezes aumento algum. Basta procurar, fora esses 2 falando sobre Brite, não existe nenhuma crise de papel, muito menos de Offset que é produzido aos monte no Brasil. Independentemente de congelamento ou não, de alguma forma isso seria visto. E não existe NADA, não existe crise do papel. Existe um problema com a oferta do papel brite, ponto. Ache qualquer outra referência a essa crise que não venha da JBC ou da Panini. Não existe nada, nem um pio.

        E a variação de lucro entre as editoras… 10-20-30%? Você está chutando coisas absurdas. É claro que HÁ variação, não só nas empresas, mas nos títulos. Mas essa variação segue um padrão, uma média. Naruto vende e dá muito mais lucro? Claro, vende mais, oras. Mas se formos comparar os de menor tiragem, todos eles vão ter mais ou menos o mesmo lucro, a mesmo flutuação. Uma empresa que tem uma vantagem em relação às outras é fácil de identificar, crescem absurdamente e controlam o mercado. A JBC e Panini estão “estabilizadas” na dela faz anos. A NewPOP é a única que tem mostrado crescimento, tanto no número de lançamento quanto no número de venda, segundo o próprio diretor, que afirmou que nas lojas físicas a procura pela NP cresceu 80%, enquanto as outras mantiveram-se na mesma.

        As empresa não são Tio Patinhas, elas não ganham dinheiro e colocam na piscina. Elas reinvestem. JBC e Panini estão sem enormes investimentos faz um tempo, diferente de 10 anos atrás quando elas deram um BOOM. Em compensação a NP está claramente ficando mais forte, seja lá por qual razão.

        Se a Panini ganhasse muito mais em relação às outras, você ia ver ela investindo mais e mais e não se estabilizar. Nenhuma empresa no mundo vê um lugar dando dinheiro e não investe.

        Não sei com que tipo de coisa você trabalha ou suas experiências, mas você está sendo muito inocente em vários “achismo”. Toda empresa será moldada pelas pressões econômicas, elas tem que se adaptar a aquilo, essa pressão as torna muito parecidas, pois é a forma de maior custo-benefício naquela área. Logo todas elas utilizarão aquela formula. Há aqueles que inovam e descobrem uma forma melhor, em alguns anos, todas elas passam a funcionar daquela nova forma ou entram em falência. É assim que funciona o mercado.

        Pode ver outras áreas, todos os supermercados Extra, Dalben, Pão de Açucar, etc funcionam da mesma forma, utilizam as mesmas estratégias com certa variação. Um fica aberto até de madrugada, outro tem importados, outro não tem fila em caixas… Mas o sistema deles é o mesmo, a organização é a mesma dentro daqueles padrões.

      • Desculpe, mas não há achismo nenhum, já argumentei com exemplo da Nova Sampa que não lançou NADA esse ano e mantem a sua linha de mangas e tem seus funcionarios pagos todo o mes, empresas fazem essas coisas e ignorar isso é mais achismo do que o contrario. Primeiro que caso a crise do papel fosse invenção, acha mesmo que panini, jbc E Nova sampa (que já declarou, mas parece que voce faz questao de esquecer deles, também é outra referencia) afirmam que a crise do papel existe? Ou você acredita que as tres combinaram uma lenda? E por mais que você queira forçar a generalização por causa do nome, entenda, estamos falando de publicações que abrangem praticamente o manga, quais outros tipos de material usavam o brite 52 que a JBC, panini e sampa usavam? livros? eram de bancas ou de livrarias? Livros não sofreram com aumento? e qual a base de comparação? qual a tiragem de ambos? esta comparando livros com mangas, que tem custos de impressão diferentes? E esta comparando livros estagnados das bancas a 2 anos ou livros impressos desse ano? entenda que TODOS os seguimentos subiram, livros nem sempre tem custos de licenciamento alto e qual livro de especificações identicas aos de um manga você usa como base? E o que adianta ter offsets aos montes criados no brasil se a conta de cada editora, que tem seus custos diferentes por trabalharem diferente? O preço pode ser igual para todas, mas o modo de operação de cada editora influencia no preço do produto, qual a dificuldade de entender isso? Ignorar a crise do papel, mesmo que seja mais limitada a um segmento é como ignorar o aquecimento global só porque mora no polo norte!

        E qual a sua base pra argumentar que a JBC não teve um crescimento e só a NewPop? Ou mesmo a Sampa, astral, a abril, etc. O fato de sabermos que uma editora cresceu, não significa que as demais não possam ter crescido. E qual a dificuldade de não acreditar EM 3 EDITORAS que afirmam que a crise de papel existe e acreditar em uma outra que diz que cresceu 80%? Não estou desmercendo a NewPop e ela pode sim ter crescido muito, assim como a crise do papel existe conforme as demais editoras já confirmaram. Se é uma crise que afeta mais o brite, não exclui o fato de ser papel e de maneira nenhuma é de se ignorar que o offset encareceu tambem. O que sabemos é que o preço do brite nacional aumentou ao nivel do offset. Se a crise só afeta editoras de manga, qual a dificuldade de acreditar nisso, se sabemos que uma hq da disney equivalente a edições big de mangas tem o preço baixo exatamente pela demanda e pelo numero de tiragens?

        Quando exemplifiquei 10-20-30% eu esperava que eu não precisasse lhe explicar que se tratava de uma estimativa por alto, mas como você mesma provavelmente estimou que 60% do valor de custo de um manga é tudo da grafica e o resto? licenciamento, Dinap, impostos E EMPREGADOS? É tão dificil entender de os custos para manter uma empresa influencia sim no produto final? É tão dificil acreditar que o lucro da Newpop pode ser menor que as demais para poder se manter no mercado? As editoras tem as contas

        O que posso dizer sobre minhas experiencias em empresas, o que posso me limitar a dizer é que o papel que você recebe de comprovante de que votou é feita por eles, e nem fui desse setor, mas de TI, não falo sem base. Assim como experiencias menores em uma rede de lojas onde trabalhei proximo ao dono da rede e vi varias vezes uma loja “bancar” a outra de acordo com a epoca e a situação do pais, Mas nenhum empregado da loja no vermelho passou fome enquanto não houvesse necessidade de fechar a loja. 18 anos em empresas diferentes mas grandes me dão uma base bem sólida no que afirmo. Mesmo empresas de ramos tão diferentes me mostraram que esse tipo de caso ocorre.

    • Samara Barreira

      Na boa… Roses e STX, o que vocês querem provar com essa discussão? Ela foi boa, admito, até um certo ponto. Mas agora está se tornando uma treta, uma queda de braço para ver quem tem razão. Os seus argumentos, Roses, são muito bem colocados e eu concordo com tudo, analisando a situação toda. Mas os argumentos do STX já não estão fazendo mais sentido algum! Está se tornando uma luta de ego, para o dele prevalecer perante o dela (não estou defendendo ninguém) e nada mais! A única coisa que eu estou percebendo aqui é uma forçação de barra do STX para ela assumir algo que praticamente não existe. Entenda que mesmo que realmente existisse essa tal crise do papel, ela não é tão e/ou nada alarmante como se pensa. Eu mesmo procurei no Google sobre isso e só achei coisas irrisorias e/ou pouco significativas a respeito disso. Estão dando importância algo que não estão afetando as editoras no geral, com exceção da JBC, Panini e Nova Sampa. Mas qual é o valor delas para o mercado nacional como um todo? Quase nada! So para nós, fãs de mangás, que tememos ficar sem as nossas publicações em mangás. Fora isso, eu estou vendo é muito mimimi por causa de nada. E o que adianta ficar dando importância isso, sem uma solução? Nada! Isso só serve para deixar as pessoas preocupadas, desesperadas e é só! Aumentou o preço? Beleza, é só procurar outra marca, outra fonte. Não precisa fazer tempestade em copo d’água por causa disso. Quem tem de estar preocupado com isso são as editoras, que precisam achar uma soluçã, e rápido, se quiserem continuar a vender os seus produtos e não quiserem ir à falência. Nós, consumidores, perdemos nosso precioso tempo com algo que somente as próprias editoras, juntamente com as gráficas, podem resolver. Nós não pderemos fazer nada para resolver o problema delas! Ponha isso na sua cabeça STX, é pare de causar treta a troco de nada. Que forçação de barra do caramba! O que mais você precisa para se convencer que não pode fazer nada pelas editoras? E que ficar nesse mimimi, se lamentando, se preocupando e se desesperando com algo só vai resultar na perda de tempo e de energia? E cara, não me interessa o lucro que as editoras têm, desde que publiquem mangás e light novels que eu quero, com qualidade e preço justo (condizente) e, é claro, que não os cancelem em algum momento. Afinal, eu não vou ganhar nada do lucro delas, somente colaborar para que ele aumente cada vez mais, o qque significa mais e mais títulos de mangá. Tá na hora de acabar com essa discussão idiota e sem sentido, STX. Você já perdeu a sua razão e agora está de apelação.

      • Relaxa moça, eu ja mostrei meus pontos. Discutir pontos é normal em cada canto, não vou repeti-los, se vc concorda com os da rose, ok fique a vontade. Não vamos resolver nada como vc mesma disse, mas se gostamos de discutir pontos e de modo respeitoso, nada impede de fazermos isso, se por acaso se preocupa com “treta” (desrespeito), fica tranquila que não vai rolar da minha parte e acredito q não rolara da parte da rose. vlw?

    • Samara Barreira

      Parabéns a ambos pela discussão respeitosa. Mas o que vocês disseram já foi repetido à exautão, certo? Não há mais o que dizer. Eu gostei de tudo que ambos disseram, mas o que ela disse é bem mais relevante do que você já mencionou e explicou, embora reconheça que você você disse em alguns pontos eram realmente pertinentes. E como tudo já foi esclarecido e discutido, não há mais o que dizer, de novidade. E nesse último ponto, tudo o que você disse passou a ser reptição de tudo o que já foi dito e explicado anteriormente. Era isso que eu queria que você percebesse, também, além do que eu falei agora há pouco, também. É isso, eu apreciei tudo o que disseram, de ambas as partes. Afinal, STX, você acha que, se eu estivesse apreciando a discussão de vocês, por acaso eu estaria aqui, desde ontem, lendo o que vocês opinavam? Acho que não. É isso. 😉

      • Samara Barreira

        *Afinal, STX, você acha que, se eu NÃO estivesse apreciando a discussão de vocês, por acaso eu estaria aqui, desde ontem, lendo o que vocês opinavam?

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